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Com cerca de 20 lutas canceladas, líder da PRVT manda atletas ficarem com suas famílias

A pandemia do Covid-19 fez as academias serem obrigadas a fechar e causou impacto imediato nas equipes de MMA. Na Paraná Vale-Tudo (PRVT) não foi diferente. A sede, em Niterói (RJ), precisou suspender suas atividades, e o líder do time, Gilliard Paraná, pediu para todos os seus atletas ficarem confinados com suas famílias, motivado também pelo cancelamento dos combates de seus alunos. A única exceção é a ex-campeã do Ultimate Jéssica Bate-Estaca, cujo confronto contra Rose Namajunas segue marcado para o dia 18 de abril, no UFC 249, sem local definido. Mesmo assim, a lutadora realiza seus treinos em casa.

– Ninguém está treinando. Mandei todo mundo embora. Quem mora em outro estado, mandei embora quando começou a quarentena. Ninguém está treinando. A Karol Rosa deve ter subido uns 20kg (risos). Ordem foi ficar em casa. Única pessoa que está treinando, estou pegando vídeo, mandando coisa pra fazer, é a Jessica Andrade, que ficou na quarentena com outra menina que tem um perfil parecido com o da Rose (Namajunas). Ela ficou na casa da Jessica, lá tem espaço para montar tatame, e estão treinando duas, três vezes por dia. Restante está parado e trancado em casa. É seguir o que o governo e as autoridades estão falando, que é ficar em casa trancado – afirmou, ao Combate.com.

O cancelamento de diversos eventos em todo o mundo fez a PRVT ter cerca de 20 lutas canceladas. Entre elas, a de Karol Rosa, que enfrentaria Julia Avila no UFC Portland, dia 11 de abril, mas o card foi retirado da programação por conta da pandemia do Coronavírus. Sem lutas agendadas, a preocupação de Paraná é com as contas, que seguirão chegando normalmente.

– Nosso problema maior está sendo o cancelamento das lutas. Tínhamos umas 20 lutas neste mês para fazer. Luta principal do Vinicius Sorriso, luta principal do Shooto em abril, algumas lutas em outros estados, luta principal do SFT, no Rio, luta da Karol Rosa cancelada, luta da Jamila Sandora no Ares foi cancelada, e a luta da Jessica eu não sei se vai ter. Estou com a academia fechada, mas vou ter que pagar aluguel de qualquer jeito. Tenho uma outra sala de lutas dentro de uma academia, na Região Oceânica de Niterói, que pago aluguel altíssimo e está tudo fechado. Mas o pior de tudo são as lutas serem canceladas, porque todo mundo fica sem eira, nem beira – analisou.

Apesar dos problemas, Paraná garante ter se preparado para lidar com as questões financeiras em sua vida, entretanto, se preocupa com a situação de seus atletas, a maioria deles precisando de ajuda para se manter. Como forma de auxiliá-los neste momento, Bate-Estaca chegou a doar cestas básicas para membros da PRVT. Para os lutadores que possuem famílias fora do Rio de Janeiro, Gilliard orientou que eles voltassem para seus estados para ficar com seus parentes mais próximos.

– O impacto é muito grande, mas sempre fui um cara que andei prevenido. A maior parte da minha arrecadação sempre foi agenciando lutas, percentual de lutas de atletas, então, tendo isso em vista, me previno e guardo dinheiro para viver, com o mesmo padrão de vida que tenho hoje, o ano inteiro. Costumo investir em carro, casa, abrir novas academias, mas agora vou reduzir as outras coisas e ficar vivendo até isso passar. Tenho uma reserva guardada para poder sobreviver a esse impacto. Mas vai ser um rombo financeiro muito grande. Para mim, que sou líder da equipe, já vai ser bem difícil, imagina para os atletas. Tenho vários atletas que moram na comunidade ao lado da academia e será bem difícil. Semana passada a Jessica deu cestas básicas para o pessoal, tentei ajudar alguns também, mas falei com todo mundo que tem família próxima para ir embora. E falei para todo mundo que tem família em outro estado, para voltar para o estado para ficar com as famílias.

Sem previsão de quando poderá retomar à rotina normal de treinos na academia, Paraná pede apenas para que seus atletas respeitem a quarentena e torce para que a pandemia chegue ao fim o quanto antes.

– É tanta coisa que preocupa… Me preocupo mais em ninguém da equipe pegar isso, minha família, não sei nem com o que me preocupar mais. É tanta preocupação por conta disso que não sei dar uma resposta exata. O que vou fazer é ficar trancado em casa até isso passar, então os prejuízos disso tudo em todos os aspectos eu vou deixar para ver depois que passar. A preocupação maior é ficar dentro de casa, manter a família dentro de casa, direcionar meus atletas e alunos a ficarem em casa também e ajudá-los no que eles precisarem e que eu possa ajudar. Não tenho como nomear o que preocupa mais porque são muitas preocupações em torno disso – concluiu.

Fonte: Globo esporte


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