- Economia

Dólar e Ibovespa operam em alta, de olho em dados dos EUA e meta fiscal

O dólar opera em alta nesta quinta-feira (16), na volta de feriado no Brasil. Investidores monitoram dados norte-americanos e eventuais falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), após os dados de inflação dos EUA terem vindo abaixo do esperado na última terça-feira. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, também sobe.

No cenário doméstico, o dia é marcado pelas discussões sobre a meta fiscal zero, desejo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas que encontra impasses em outras alas do governo.

Dólar
Às 13h45, o dólar subia 0,47%, cotado a R$ 4,8842. Veja mais cotações.

Na última terça-feira (14), a moeda norte-americana fechou em baixa de 0,95%, vendida a R$ 4,8614. Com o resultado, passou a acumular quedas de:

1,08% na semana;
3,56% no mês;
7,89% no ano.

Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,35%, aos 123.593 pontos.

Na última terça-feira (14), o índice disparou 2,29%, aos 123.166 pontos, no maio patamar desde agosto de 2021. Com o resultado, passou a acumular altas de:

2,15% na semana;
8,56% no mês;
12,24% no ano.

O que está mexendo com os mercados?
O mercado financeiro continua atento aos novos dados econômicos divulgados nos Estados Unidos. Na última quarta-feira, quando os mercados aqui ficaram fechados por conta do feriado de Proclamação da República, o Departamento do Comércio norte-americano informou que as vendas no varejo do país caíram 0,1% no mês passado.

Apesar da retração, o número ainda veio melhor do que o esperado pelo mercado, que projetava uma queda mais intensa, de 0,3%. Além disso, um relatório separado do Departamento do Trabalho dos EUA mostrou que os preços ao produtor caíram 0,5% em outubro, no maior recuo desde abril de 2020.

Somados à inflação mais fraca do que o esperado no país, divulgada na última terça-feira, os dados podem reforçar apostas de que o arrefecimento dos custos nos EUA impedirá novos aumentos de juros pelo Fed.

Juros mais baixos na maior economia do mundo também refletem na rentabilidade dos títulos públicos do país, considerados referência de segurança.

Outra notícia que ganha destaque neste pregão é a que o governo desistiu de mudar a meta fiscal para o ano de 2024 por emenda, segundo o jornal “O Globo”. Isso traria um tempo maior para que o ministro Fernando Haddad consiga tramitar no Congresso Nacional medidas que possam aumentar a arrecadação federal.

Além disso, o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), deputado Danilo Forte (União-CE), disse nesta quinta-feira que o texto que apresentará trará meta de déficit primário zero em 2024 e afirmou que o governo e a equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mantêm este objetivo para o ano que vem.

Forte também disse que o ministro mostrou preocupação com pautas legislativas de interesse da equipe econômica, como a taxação de offshores e a medida provisória sobre subvenções, e fez a avaliação de que a aprovação dessas matérias pelo Legislativo trará conforto ao país.

No campo negativo, o dia também é marcado por um maior pessimismo vindo da China. Os preços das casas novas no país caíram pelo quarto mês em outubro, segundo dados oficiais.

O resultado é um reflexo das medidas de apoio do governo, que pouco fizeram para dissipar os problemas que pairam sobre o setor imobiliário, que está sobrecarregado de dívidas. Dados divulgados na quarta-feira (15) também mostraram uma queda acentuada nos investimentos imobiliários, enquanto a produção industrial e as vendas no varejo continuaram a se recuperar.Já no noticiário corporativo, destaque para Americanas, que divulgou seu balanço ajustado para o ano de 2022, que estava suspenso desde que a empresa revelou que havia encontrado uma fraude bilionária em suas demonstrações financeiras.

O prejuízo acumulado no último ano foi de R$ 12,9 bilhões, o dobro do registrado em 2021. A empresa também terminou o período com um patrimônio líquido negativo de R$ 26,7 bilhões e dívida líquida real de R$ 26,3 bilhões. Além de um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo de R$ 6,2 bilhões.

Por sua vez, a receita líquida consolidada atingiu a marca de R$ 25,8 bilhões. No total, o resultado financeiro consolidado em 2022 foi negativo, de R$ 5,2 bilhões.

Os números são os primeiros a serem divulgados desde que a Americanas revelou o escândalo das “inconsistências contábeis” em janeiro. As demonstrações financeiras foram auditadas antes de serem enviadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). (relembre mais abaixo

Em 2021, a empresa havia supostamente registrado o maior lucro de sua história, de R$ 731 milhões. Porém, os números foram fraudados nas demonstrações da empresa antes de 2022, tanto que neste balanço revisaram os lucros de 2021 para perda de R$ 6,2 bilhões.

Fonte: G1


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