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Educação no Brasil a eterna esquecida

Não resta a menor dúvida sobre o papel da educação no desenvolvimento do indivíduo,
de um país e do planeta.Infelizmente, ao longo de sua história, o Brasil não se conscientizou disso.

No período colonial, apenas poucos tinham acesso ao conhecimento; no Império, o
leque se ampliou para incluir os filhos de nobres e fidalgos; na República, a política de
exclusão continuou.Com a Revolução de Março de 1964, surgiu o lema “Educação para Todos”, e milhares dejovens foram incluídos no processo, mas com uma reconhecida queda na qualidade do ensino.

Chegamos aos dias atuais com o Brasil ocupando a 63ª posição no ranking mundial da
educação.Vários fatores contribuem para essa incômoda posição:

• Falta de vontade política;
• Currículos inadequados;
• Ausência de uma política de qualificação e remuneração para professores.

Entre os 40 países membros da OCDE (Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico), o Brasil é o que paga o menor salário aos professores,
ficando atrás de Colômbia e Chile.
Nosso país é um dos mais ricos do bloco, mas, paradoxalmente, é o que oferece a pior
remuneração para seus educadores.
Se compararmos com os países ricos, o Brasil paga, em média, o equivalente à metade
do salário de um professor do ensino fundamental nesses países. No Brasil, o salário
anual é de aproximadamente US$ 23 mil, o que representa 47% da média dos países
desenvolvidos.

Para efeito de comparação, os salários anuais de professores do ensino fundamental são:
• Alemanha: US$ 85 mil
• EUA: US$ 48 mil
• México: US$ 33 mil
• Chile: US$ 29 mil
• Brasil: US$ 23 mil

No ensino superior, apesar do descaso das autoridades — que priorizam o pagamento
de emendas parlamentares em vez do investimento em ensino e pesquisa —, a posição
do Brasil é um pouco melhor, mas ainda distante do ideal.

Os países que compreenderam o papel essencial da educação ocupam posições de
destaque, como Singapura, Irlanda, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Estônia, Macau,
Canadá, Estados Unidos e Nova Zelândia Pelo andar da carruagem, ainda levará muito tempo para vermos uma luz no fim do
túnel, pois as prioridades do governo e da classe política brasileira continuam distantes
da velha senhora: a EDUCAÇÃO.

Manaus, 12 de março de 2025.
Professor José Melo
Ex-Governador do Estado do Amazona


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