O Catar sairá da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) em 1º de janeiro, após quase 60 anos de filiação, para se concentrar na produção de gás natural.
“Não temos muito potencial [no petróleo], somos realistas. Nosso potencial é o gás”, afirmou o ministro de Energia do país, Saad al Kaabi, nesta segunda-feira (3).
O Catar, o menor país da Opep em tamanho e população, exporta cerca de 128 bilhões de metros cúbicos por ano, segundo dados da organização. O país conta com a terceira maior reserva de gás natural do mundo, calculada em 23,8 trilhões de metros cúbicos.
Segundo o ministro, a decisão de deixar a Opep “não tem relação com o bloqueio” imposto por Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos (EAU), Bahrein e Egito em junho de 2017. Esses países romperam relações diplomáticas com o Catar, pois acusa o país de dar refúgio a pessoas e organizações hostis aos sauditas.
Apesar da mudança, o Catar, que é o maior exportador de gás natural liquefeito do mundo, continuará produzindo petróleo.
Delegados da Opep procuraram minimizar o impacto, mas perder um membro de longa data prejudica a tentativa de mostrar uma frente unida antes de uma reunião que deverá reduzir o corte de oferta para reforçar os preços do petróleo, que perderam quase 30% desde o pico de outubro, destaca a agência Reuters.
“Isso pode sinalizar um ponto de virada histórica da organização em relação à Rússia, Arábia Saudita e Estados Unidos”, disse o ex-ministro da Energia da Argélia e presidente da Opep, Chakib Khelil, comentando a decisão do Catar.
Riad e Moscou têm decidido cada vez mais as políticas de produção, sob pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, na Opep, para reduzir os preços. O Brent está sendo negociado a cerca de US$ 62 por barril, ante US$ 86 em outubro.
Opep
As bases da Opep foram estabelecidas em 1960, graças sobretudo à iniciativa da Arábia Saudita, que atualmente domina o cartel composto por 15 países. O Catar integra o grupo desde 1961.
O objetivo do grupo é monitorar o mercado e decidir aumentar ou diminuir a produção de petróleo para manter preços e fornecimento estáveis.
Os países da Opep fornecem juntos cerca de 44% do petróleo bruto do mundo.
Fonte: G1
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