O economista-chefe do banco Itaú, Mario Mesquita, afirmou nesta terça-feira (19) que acredita que a reforma da Previdência só deverá ser votada no segundo semestre deste ano. Na avaliação dele, a proposta deve votada na Câmara dos Deputados em agosto, seguindo para o Senado entre outubro e novembro.
O governo Jair Bolsonaro deve apresentar a proposta de reforma nesta quarta-feira (20). A equipe econômica liderada por Paulo Guedes já sinalizou que espera uma economia de R$ 1 trilhão em 10 anos, o equivalente a 2,5% do PIB.
“Algumas lideranças falam num prazo (de aprovação) mais curto. É até possível, mas temos de nos basear pelo histórico das últimas votações”, afirma Mesquita.
No cenário traçado pelo banco, na negociação com o Congresso, o governo vai conseguir aprovar a reforma, mas ela deve ser enxugada para uma economia de R$ 553 bilhões (ou 1,4% do PIB), abaixo, portanto, da expectativa de R$ 1 trilhão. Essa economia, no entanto, era a mesma esperada pela última reforma apresentada na gestão Michel Temer e que está parada no Congresso.
“Não acho que seria um resultado ruim”, afirma Mesquita. “É obvio que, se a gente consegue uma economia de 2%, será melhor.”
A reforma da Previdência é fundamental para o acerto das contas públicas. Sem a aprovação, pode haver uma piora da percepção de risco da economia por parte dos investidores, o que pode, por exemplo, provocar um impacto no câmbio e, consequentemente, na inflação e na inflação.
Atividade econômica
Para a atividade econômica, a avaliação do Itaú é que os últimos indicadores mostram um quadro mais fraco do que o esperado. Recentemente, o banco revisou a projeção para o PIB de 2018, de 1,3% para 1,1%, e reduziu a previsão de 2019 de 2,5% para 2%.
“A economia parece estar em compasso de espera para ver o encaminhamento das reformas”, afirma Mesquita.
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