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Feridos em confrontos na Venezuela seguem internados no Hospital Geral de Roraima

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) divulgou nesta sexta (15) o quadro clínico dos pacientes venezuelanos que foram feridos em confrontos no país vizinho e precisaram ser socorridos em Roraima. Os conflitos iniciaram após o bloqueio da fronteira do país governado por Nicolás Maduro, que continua fechada pelo 22º dia.

Pouco mais de vinte dias após os confrontos, das 25 pessoas que chegaram ao estado, 16 permanecem internadas no Hospital Geral de Roraima. Seis delas receberam alta – dois em Pacaraima e quatro em Boa Vista – e três morreram na capital.

Ao menos dois conflitos foram registrados na Venezuela envolvendo a população e militares da Guarda Nacional Bolivariana. O primeiro deles ocorreu na comunidade indígena de San Francisco de Yuruaní, em Kumarakapay, distante 80 Km da fronteira com o Brasil. Na ocasião, uma mulher morreu e várias ficaram feridas, denunciaram lideranças indígenas à agência de notícias Reuters.

Apesar do fechamento da fronteira, ambulâncias foram autorizadas a atravessar devido a escassez de medicamentos e insumos no país vizinho. Inicialmente, as vítimas foram trazidas para o Hospital Délio de Oliveira Tupinambá, em Pacaraima. Na cidade, dois pacientes receberam alta.

Conforme a gravidade dos ferimentos – muitas das vítimas foram alvejadas com armas de grosso calibre – os venezuelanos foram transferidos para o Hospital Geral de Roraima, em Boa Vista, distante 215 Km. A unidade, considerada a maior do estado, recebeu 23 feridos.

Pacientes internados
De acordo com a Sesau, 16 venezuelanos continuam internados em Boa Vista e estão em blocos do Hospital Geral de Roraima e do Hospital das Clínicas. O quadro de saúde de todos é considerado estável.

No HGR estão internados desde o dia 22 de fevereiro; Fidel Gabriel Pulido Fernandez, 36 anos, Evencio Sosa, 44, Onesimo Rigoberto Fernandez, 48, e Lino Benavides, de 34 anos.

Daqueles que chegaram no dia 23, seguem internados; Carlos Adrian Herrera Bedoya, 16 anos, Carlos Eduardo Farias, 45, Cheo Alexis Fernandez Suarez, 40, Anderson Francisco Rojas Casado, 19, Carlos José da Silva Salazar, 27, e Luis Jose da Silva Salazar, de 27 anos.

Também continuam recebendo atendimento médico; Alberto Felício Perez, 41 anos, Carlos Eduardo Faria Flores, de 33, Dander José Laya Gutierrez, 34, e Erickson Jesus Viegas Rodrigues, de 22 anos. Estes chegaram ao Hospital Geral de Roraima no domingo (24).

Os jovens Emil Gregorio Barreto Ballera, 21 anos e Javier Augustin Pino Alvarez, 26, foram transferidos para o Hospital das Clínicas, onde permanecem com estado de saúde estável.

Mortes
No dia 27 de fevereiro, Kliver Alfredo Perez Rivero, de 24 anos, morreu. O jovem estava internado na UTI e havia sido ferido com arma de fogo no tórax, com lesões no fígado e intestino.

Três dias depois, Rolando Garcia Martinez, 52, que também estava internado na UTI em estado grave não resistiu.

Por último, Jorge Javier Gonzales Parra, 40, morreu após 11 dias internado no HGR. A vítima tinha traumatismo craniano grave. A família de Parra havia atravessado a fronteira por rotas clandestinas para acompanhar a recuperação do venezuelano, quando soube que ele não havia resistido aos ferimentos.

Motivo dos conflitos
Com o fechamento da fronteira com o Brasil, o presidente venezuelano Nicolás Maduro proibiu a população de receber a ajuda humanitária internacional, solicitada pelo rival, o autoproclamado presidente interino Juan Guaidó. Maduro vê a oferta de países como o EUA e o Brasil como uma interferência externa.

A atitude gerou conflitos internos entre a população e a Guarda Nacional Bolivariana. Alguns dos feridos nesses confrontos foram trazidos para Roraima, com permissão de atravessar a fronteira.

No chamado “Dia D”, dois caminhões com alimentos e medicamentos partiram da Base Aérea de Boa Vista para Pacaraima com o intuito de entregar a ajuda, mas foram impedidos de atravessar, gerando uma confusão generalizada na fronteira.

No lado brasileiro, venezuelanos atiraram paus e pedras contra a Guarda Nacional Bolivariana que impediram a passagem dos caminhões e também proíbem o livre tráfego entre os dois países. Os militares revidaram com pedras e bombas de efeito moral. Uma base militar foi incendiada pelos manifestantes.


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