O pirarucu manejado de duas reservas do Amazonas teve um acréscimo de 21% no preço médio entre os anos de 2017 e 2018, segundo informações do Instituto Mamirauá. O valor alcançado pelas vendas no ano passado foi de R$ 5,14 o quilo do pirarucu, que registrou um aumento de R$ 0,88 em relação à temporada anterior, quando o preço médio foi de R$ 4,26.
Os dados divulgados são do relatório técnico anual do manejo, feito pelo Instituto Mamirauá, que oferece assessoria técnica do manejo de pirarucu na Amazônia.
Segundo a coordenação do Programa de Manejo de Pesca do instituto, o acréscimo financeiro é um reflexo do acordo feito entre os manejadores para fixar um preço mínimo de venda e também pelo aumento da oferta do produto em feiras da região.
A pesca sustentável do pirarucu, segundo o instituto, gera benefícios ecológicos por proteger a espécie e o meio ambiente, além de gerar benefícios econômicos, como no ano passado, quando o manejo rendeu mais de R$ 1,5 milhão somente nas reservas de Mamirauá e Amanã.
O valor foi distribuído entre mais de 700 pescadores envolvidos diretamente com a atividade em 2018, o que corresponde a um faturamento médio bruto de R$ 2,1 mil. Incluindo a venda de outras espécies de valor comercial, como tambaqui, o desempenho do manejo de pesca na região foi de mais de R$ 2 milhões.
Mais de 300 toneladas
Os números gerais, segundo o Instituto Mamirauá, são de 13 projetos de manejo de pesca no interior e arredores das Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã, localizados na região central do estado, em um território de mais de três milhões de hectares. No âmbito dos projetos, estão 43 comunidades ribeirinhas, três colônias e uma associação de pescadores.
Entre os meses de junho e novembro – período no qual a pesca do pirarucu decorrente de áreas de manejo é permitida, de acordo com a legislação – as manejadoras e manejadores capturam 6,1 mil pirarucus. Esse total representou mais de 300 mil quilos de pescado. O pirarucu é o maior peixe de escama em água doce do mundo – um indivíduo adulto pode chegar até 200 kg.
Consumo
O grande volume de pirarucu manejado – 68,8% – foi consumido no próprio estado do Amazonas. De acordo com o relatório do Programa de Manejo de Pesca (PMP), os destinos mais comuns foram os municípios de Iranduba, Manacapuru e Manaus.
Cerca de 29% da produção circulou na região mais próxima das reservas Mamirauá e Amanã, notadamente os municípios de Tefé e Alvarães. O restante do pescado foi para o mercado nacional.
Valorização do pirarucu manejado
Apesar do aumento, o preço médio pago pelo quilo do pirarucu manejado ainda está abaixo do ideal. Segundo o Instituto Mamirauá, um estudo realizado em 2018 concluiu que o preço médio deveria ser a partir de R$ 13. Por isso, para valorizar o manejo do pescado, ampliar os benefícios socioambientais dessa prática e divulgá-la para outros mercados além da Amazônia, um grupo de organizações de assessoria técnica ao manejo e de produtores rurais criou uma campanha chamada “Manejo de Pirarucu”, que planeja a execução de atividades de comunicação e sensibilização a partir desse ano.
A campanha é um projeto em parceria da Operação Amazônia Nativa, Instituto Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Memorial Chico Mendes, Associação dos Produtores Rurais de Carauari (ASPROC) e Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS).
Fonte: Divulgação
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