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Única vitória de Gunnar Nilsson na Fórmula 1 foi conquistada em corrida sob chuva na Bélgica

O dia 5 de junho marca o da única vitória do sueco Gunnar Nilsson na Fórmula 1, em 1977, na pista belga de Zolder. Na ocasião, pilotando uma Lotus, Nilsson teve uma atuação brilhante em condições distintas, primeiro sob chuva, e depois, com pista seca, e ainda por cima com ultrapassagens decisivas, principalmente sobre Niki Lauda e sua Ferrari na briga pela liderança da prova.

Foi a única vitória do sueco, que morreria no fim do ano seguinte vítima de câncer. O F1 Memória já contou a trajetória de Nilsson, que estreou na categoria em 1976 e teve um ano difícil devido a problemas no modelo 77, mas ainda assim conseguiu três pódios. Mas em 1977, o modelo 78 era bem mais competitivo, e dava mais esperanças por bons resultados.

Mas quando chegou a Zolder, sétima etapa da temporada, Nilsson tinha apenas quatro pontos enquanto o companheiro Mario Andretti vinha de duas vitórias em três corridas. Portanto, o sueco vinha sob desconfiança e precisava reagir. Nos treinos, Nilsson conseguiu o terceiro lugar no grid, sua melhor posição até o momento na F1, mas Andretti fez a pole. No dia da corrida, choveu para valer quando os carros já estavam no grid, e o sueco partiu para uma grande vitória.

Logo após a largada, com a pista muito molhada, John Watson (Brabham) passou por Andretti e assumiu a liderança. Ainda na primeira volta, Nilsson foi ultrapassado por Jody Scheckter (Wolf), e o americano tentou recuperar a liderança, mas atropelou Watson. Fim de corrida para os dois e liderança para Scheckter, com Nilsson em segundo e Jochen Mass (McLaren) em terceiro.

Mario Andretti e John Watson se acharam e abandonaram GP da Bélgica de 1977 — Foto: Getty Images Mario Andretti e John Watson se acharam e abandonaram GP da Bélgica de 1977 — Foto: Getty Images
Mario Andretti e John Watson se acharam e abandonaram GP da Bélgica de 1977 — Foto: Getty Images

Scheckter e Nilsson se destacaram em relação aos demais, enquanto Carlos Reutemann (Ferrari) teve um início de corrida forte, subindo de sétimo para terceiro. No entanto, na 15ª volta, o argentino rodou sozinho, bateu e abandonou a corrida. Scheckter também rodou, dando a ponta a Mass, que havia passado Nilsson. A essa altura, a chuva tinha parado, e o asfalto secava rapidamente, o que dava nova dinâmica à prova.

Pouco antes da saída de Reutemann, seu companheiro Niki Lauda, que havia progredido de um decepcionante 11º no grid para sexto nas primeiras voltas, arriscou uma troca para pneus slicks. Vale lembrar que naqueles tempos os pit stops eram bem mais lentos do que habitualmente. Lauda voltou à pista apenas em nono, mas a decisão se revelou acertada, e rapidamente o austríaco se recuperou.

Na dança dos pit stops, Jochen Mass e Vittorio Brambilla chegaram a liderar a prova, mas, depois que todos colocaram os pneus slicks, Lauda emergiu na liderança, seguido por Mass, Scheckter e Nilsson – estes três já vinham com ritmo forte, recuperando-se ante Alan Jones e Brambilla, que, mesmo trocando os pneus mais tarde, estavam à frente deles.

Nilsson chegou a cair para sexto, mas começou sua escalada rumo à vitória ultrapassando Jones pela segunda vez. Bem na metade da prova, na volta 35, começou a chover de novo, e Scheckter tentou uma jogada ao recolocar os pneus de chuva, mas se deu mal porque logo a água parou de cair. Com isso, Nilsson, que passou Brambilla na mesma volta, subiu para terceiro, atrás do líder Lauda e de Mass.

Mass abandonou na volta 40 ao bater no guard rail após sair de traseira, dando o segundo lugar a Nilsson. A esta altura, Lauda estava 22 segundos à frente do sueco, que, no entanto, estava muito mais veloz desde a troca de pneus. Em apenas dez voltas, o piloto da Lotus alcançou o campeão de 1975 e assumiu a liderança pela primeira – e única – vez na Fórmula 1.

Nas 21 voltas finais, Nilsson abriu inexoravelmente rumo à vitória, enquanto Lauda aceitou o segundo lugar, até porque o terceiro colocado Ronnie Peterson, com a famosa Tyrrell de seis rodas, estava mais atrás e os seis pontos o faziam encostar no líder do campeonato Scheckter, que já tinha abandonado com o motor quebrado.

Após a vitória em Zolder, Gunnar Nilsson teve resultados irregulares nas demais provas da temporada de 1977. O sueco foi dispensado por Colin Chapman, que recontratou o compatriota Ronnie Peterson para 1978. No entanto, Nilsson fechou com a Shadow, equipe que tinha demonstrado potencial e vencido uma prova com Alan Jones na Áustria.

Nilsson, porém, jamais entraria num carro da Shadow pois descobriu que estava com câncer nos testículos. O sueco fez tratamento de radioterapia durante o ano de 1978 e esteve presente às corridas de Mônaco e Inglaterra. Mas o estado de saúde de Gunnar se deteriorou rapidamente, e ele morreu 40 dias depois que o amigo Peterson também perdeu a vida num acidente em Monza.

Fonte: Globo esporte


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