Selecionado pelo Amazônia das Artes, projeto do Sesc que contempla a divulgação de produções independentes, o curta “PANDORGA”, do diretor mato-grossense Maurício Pinto, será exibido nesta sexta-feira, 10/8, no Instituto de Educação do Amazonas (IEA), às 14h, dentro da programação que contempla produções dos demais estados integrantes da Amazônia Legal, como Maranhão, Tocantins, Acre, Pará, Amapá, Rondônia e Amazonas.
O filme conta a história de um casal, vivido pelos atores Álamo Facó e Ella Nascimento, que, acompanhados de um envelope que guarda o futuro, decide viajar numa estrada cheia de memórias e sentimentos. As reflexões e acontecimentos no caminho podem reconstruir sua história.
Trata-se de um road movie encenado no cerrado mato-grossense. O gênero por si só contém uma linguagem visual e dramática própria. As longas tomadas da estrada, a representação do local e seus costumes, a incorporação do ambiente dentro do enredo são elementos comuns a uma gama de filmes nacionais, desde “Iracema” (1976, de Jorge Bodanzky e Orlando Senna) a “On the Road” (2012, de Walter Salles). Nestes filmes, os conflitos são quase que estritamente internos, nos personagens, e não no cenário à sua volta. Eles se lançam à estrada sem perceber que é ela o elemento transformador de suas narrativas. Transitando numa linha tênue entre a ficção e o documentário, e provocando ainda mais essa discussão, “PANDORGA” têm personagens e momentos de representação do real.
Pandorga é uma palavra usada na região da baixada cuiabana para designar a pipa, o papagaio, herança dos tempos em que a fronteira entre o Brasil, Paraguai e Bolívia eram ainda muito tênues. A palavra designava, inicialmente, uma festa com beberrões que andavam em zig zag pelas ruas com seu movimento inconstante, daí o motivo de passar ser referência para o brinquedo no céu. Na simbologia, pandorga remete à ascensão ou elevação espiritual e/ou intelectual do indivíduo. Assim como os personagens que são tomados por uma nova descoberta, uma nova consciência surge ao final do trajeto que acompanhamos na história.
A sessão é gratuita e contará, na sequência, com debate sobre a produção audiovisual independente, conduzida pelo diretor, que também assina o roteiro.
Sobre o diretor
Mauricio Pinto é formado em Radialismo pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e tem atuado no audiovisual mato-grossense como diretor, produtor e assistente de fotografia e arte. Dirigiu o curta “PANDORGA” (2016) e o documentário “Guardinha” (2014). Trabalhou também em diversas peças publicitárias e institucionais como produtor e produtor de objetos de arte. Em 2014, participou como assistente de arte no premiado curta “S2”, de Bruno Bini, e, no ano seguinte, como assistente de fotografia no curta “Canhain: Uma Aventura Sinistra!”, de Luis Marchetti. Em “3 Tipos de Medo” (2016), também de Bini, atuou como primeiro assistente de câmera para o fotografo Mário Zugair e em “Aquilo que me Olha (2016)”, de Felipe Damian, voltou a atuar como assistente de arte.
Em 2017, participou das gravações da série para TV “Pantanal e Outros Bichos”, de Amauri Tangará, e no mesmo ano assistiu a direção de Duflair Barradas no piloto da série “Tem que ser Agora”. Atualmente, é responsável pelo roteiro e codireção do telefilme documental “MISSIVAS”, selecionado no PRODAV05 de 2015.
Participou ainda na produção e realização de mostras de audiovisual como nas edições 8, 9 e 10 da Mostra Cinema e Direitos Humanos e na 14ª edição da Mostra Audiovisual Universitário da América Latina (MAUAL). Foi mediador das sessões de Cine Debate e Imagens em Pauta, realizadas em parceria pelo SESC Arsenal e UFMT. É membro fundador e do conselho fiscal da MTCine, associação de realizadores audiovisuais do estado e também fundador do Coletivo de Cinema Negro de Mato Grosso QUARITÊRÊ.
Fonte: Divulgação
There is no ads to display, Please add some