- Polícia

Força-tarefa criada para frear violência e tráfico de drogas em Tabatinga

No domingo (12), corpos esquartejados e carbonizados foram achados em Tabatinga, a 1.108 km de Manaus. Em 2017, foram 22 homicídios registrados na cidade. Mas, os assassinatos não são as únicas preocupações das autoridades do município. Nos últimos 5 anos, a quantidade de roubos e furtos mais que dobrou, de acordo com dados divulgados pela polícia. A fim de frear a violência, um grupo composto por autoridades de três esferas do setor de segurança foi criado nesta terça-feira (14).

O objetivo é buscar propostas e soluções para garantir a ordem no sexto município mais populoso do Estado, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“A questão preocupa bastante. Vivemos em uma tríplice fronteira e o efetivo das polícias civil, militar e federal é muito pouco. Criamos uma secretaria de segurança Pública e social, mas também não temos condições de arcar com tudo. Por isso, chamamos todas as esferas para compormos um colegiado e propor ações em conjunto para melhorar a situação da segurança”, disse o prefeito Saul Bermeguy.

Dentre as sugestões já propostas no plano estratégico está a implantação de postes com luzes de led na cidade e a criação de um Centro Integrado de Comando e Controle Municipal e um Centro Integrado de Operações policiais e de Segurança (Ciops), para reduzir a quantidade de mortes e demais crimes que assolam o município.

Nos últimos 5 anos, a quantidade de roubos dobraram, saltando de 51 em 2013 para 103 em 2017 em Tabatinga. Os furtos também aumentaram de 68 casos em 2013 para 139 em 2017.

Segundo o IBGE, Tabatinga abriga uma população de 63 mil pessoas. Entretanto, o prefeito apontou que por conta da proximidade com a cidade colombiana, Leticia, as duas juntas possuem 120 mil pessoas. Mas, a quantidade de pessoas que circulam na região pode duplicar, quando somadas as populações dos municípios vizinhos de Benjamin Constant, Atalaia do Norte, Santa Rosa e Caballo Cocho no Peru e as cidade colombianas, Puerto Narinho e Tarapacá.

Efetivo de PC e PM
Com a quantidade de pessoas que circulam no município de Tabatinga, as autoridades municipais apontam para a necessidade de aumentar o contingente de policiais militares e civis.

“Policiais Militares ao contento seriam 200 e temos no máximo 60. Na Polícia Civil precisaríamos de uns 10 a 15 policiais. Talvez, hoje, tenham uns 3”, disse o prefeito Saul.

O major Herlon apontou ainda que a delegacia do município conta somente com uma delegada, dois investigadores e 1 escrivão.

“A PM estava fazendo as vezes de PC. Por conta do baixo efetivo, a PM estava investigando, fazendo o guarda predial, fazendo boletim de ocorrência. Como aumentou a demanda da PM, o efetivo foi retirado da delegacia e ela teve que ser fechada após o término do expediente”, contou o major Herlon.

A reportagem entrou em contato com as assessorias das polícias civil e militar para saber sobre o contingente de policiais e aguarda retorno.

Assassinato e narcotráfico
O último assassinato que ganhou as manchetes dos jornais da capital foi o duplo homicídio registrado no domingo (12). Dois corpos foram esquartejados e, em seguida, incendiados na estrada próximo ao lixão da cidade. De acordo com a polícia, as vítimas foram amarradas e tiveram os corpos queimados junto com uma motocicleta.

“É guerra de facção aqui no município para comandar o tráfico. Quem comanda a chegada de droga aqui, comanda tudo”, disse o major da Polícia Militar, Herlon Gomes.

Milícias
Não é somente com as facções que brigam pelo comando do tráfico de drogas em território Amazonense que preocupam as autoridades. As milícias organizadas dos países que compõe a tríplice fronteira (Peru e Colômbia) também são uma ameaça à paz dos tabatinguenses e das comunidades indígenas.

No município há aproximadamente de 35 aldeias indígenas. As duas maiores são a de Umariaçu e Belém do Solimões. Somente as comunidades de Umariaçu 1 e 2 concentram 8 mil indígenas. A aldeia de Belém do Solimões abriga quase de 10 mil indígenas. De acordo com o prefeito, a falta de policiamento nas comunidades, faz com que os próprios indígenas criem sua forma de segurança, nas regiões onde o estado não é presente.

“Muito preocupante, pois são os ribeirinhos e indígenas da região que conhecem os diversos furos de rio, assim, potencializariam o escoamento de entorpecentes, além de ficarem na posse de armas de grosso calibre, trazendo ainda mais insegurança para as comunidades, especialmente indígenas do alto Solimões”, disse o major.

Fonte: G1


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