Agentes da Polícia Federal (PF) cumprem desde as primeiras horas desta sexta-feira (29) mandados de prisão e busca e apreensão pela 2ª fase da operação Vírus Infecto, que investiga fraudes e desvio de recursos públicos destinados às ações de enfrentamento do novo coronavírus no estado.
Um dos locais de busca é a sede da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), no Centro de Macapá. De acordo com a PF, são 3 mandados de prisão preventiva e 9 de busca e apreensão. A Sesa ainda não se pronunciou sobre a operação.
A operação com apoio do Ministério Público Federal (MPF) também pede o afastamento de uma servidora pública da Sesa, que não teve o nome revelado, mas que teria recebido vantagens indevidas para agilizar a liberação de recursos públicos para empresas direcionadas.
A 1ª fase da operação ocorreu exatamente há 1 mês, em 29 de abril, e mirou a empresa Equinócio Hospitalar, uma das maiores fornecedoras de equipamentos de proteção individual para a rede pública de saúde do Amapá.
Foram investigados o superfaturamento na compra de itens, que superavam os 800%. A empresa negou superfaturamento nos preços e justificou aumento repentino nos preços dos itens a partir do início da pandemia.
“Após a deflagração da 1ª fase, em abril, foram constatados indícios de pagamento de vantagens indevidas, por parte de empresário, à servidora da Sesa/AP, com o fim de agilizar os trâmites burocráticos de liberação de notas de empenhos”, detalhou a PF.
A 2ª fase conta com 35 policiais e, de acordo com a PF, foram descobertos a partir da1ª fase que os pagamentos eram feitos para um familiar da servidora pública, indicado por ela. Os valores foram transferidos por pessoas jurídicas registradas em nome de um empresário.
Os investigados podem responder por crimes que resultam em até 20 anos de prisão, entre eles, corrupção ativa, corrupção passiva e organização criminosa.
Outras operações pelo país
Nesta semana, a PF também cumpriu mandados em outros dois estados como parte de operações que apuram supostos desvios de recursos que deveriam ser usados no combate ao coronavírus.
No Rio de Janeiro, a operação Placebo, deflagrada na terça-feira (26), cumpriu 12 mandados de busca e apreensão — um deles no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador Wilson Witzel (PSC), e outro na casa dele, no Grajaú.
A investigação apura supostas fraudes na contratação da Organização Social Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) para construir hospitais de campanha. Witzel nega participar de esquemas.
No Recife (PE), nesta quinta-feira (28), a segunda fase da operação Apneia, que investiga a compra de respiradores pela prefeitura da capital pernambucana através da Secretaria de Saúde com dispensa de licitação, cumpriu mandados de busca e apreensão.
Entre outros locais, a PF esteve na sede prefeitura e na casa do secretário de Saúde da capital, Jaílson Correia, que teve o celular apreendido. Secretários de outros municípios divulgaram nota em apoio a Correia, afirmando que o colega é referência “como ser humano e como gestor público”.
A prefeitura do Recife afirma que compra de respiradores foi cancelada e que não houve prejuízo.
Fonte: Divulgação
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