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Apreensão de cocaína pela PF no país cresce quase 70% em 2019

Dados da Polícia Federal obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação mostram que, entre janeiro e maio deste ano, foram apreendidas 39,3 toneladas de cocaína em todo o país. Esse número representa um aumento de 69,4% na comparação com as 23,2 toneladas apreendidas no Brasil no mesmo período de 2018.

Esses números abrangem todos os tipos de apreensões registradas pela PF nos períodos analisados. Incluem, portanto, desde apreensões em aeroportos, feitas, geralmente, em pequenas quantidades, levadas pelas chamadas “mulas do tráfico, até mesmo grandes apreensões, como a de meia tonelada, dentro de um helicóptero, no interior de São Paulo, ocorrida em abril deste ano.

Em maio deste ano, a PF prendeu três suspeitos com 971,8 kg de cocaína em uma chácara na cidade de Biritiba-Mirim, na Grande São Paulo. Os agentes chegaram ao local após um trabalho de investigação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF.

Os dados da PF mostram uma tendência de aumento das apreensões de cocaína no país já contabilizado por outros órgãos, também em quantidades expressivas. Reportagem da GloboNews mostrou no dia 1º deste mês que a Receita Federal apreendeu entre janeiro e maio deste ano 21,8 toneladas de cocaína em todo o país (uma média 145 kg interceptados por dia), o equivalente a um aumento de 148% das apreensões dessa droga no Brasil na comparação com os 8,8 toneladas interceptadas pelo órgão no mesmo período de 2018.

Como o balanço vai somente até maio, nele não entram as últimas grandes apreensões, como a de 662 kg de cocaína escondidos em contêiner no Porto de Paranaguá (PR) nesta quinta (11); a de 600 kg em uma fazenda no Pará no domingo (7); e a de 470 kg em um avião em Roraima no sábado (6).

Contexto internacional
Na avaliação de Bruno Langeani, gerente da área de sistemas de Justiça e Segurança Pública do Instituto Sou da Paz, o contexto externo pode ser uma das explicações para um aumento da quantidade de cocaína circulando no Brasil, o que justificaria esses aumentos expressivos nas apreensões.

Langeani diz que o aumento da produção de cocaína na Colômbia, que cresceu bastante de 10 anos para cá, segundo relatório produzido pelo governo dos EUA, e o aumento do consumo da droga em países com grande quantidade de consumidores, como o próprio EUA e a Europa, são fatores para o maior número de apreensões.

“Tanto com o crescimento da produção na Colômbia, que se explica tanto por questões econômicas, quanto pelo banimento da fumigação de veneno que era um jeito barato do governo colombiano erradicar as plantações, como pelo consumo nos Estados Unidos, que já tem informação que aumentou”, disse.

Entre 2008 e 2018, a produção potencial de cocaína na Colômbia aumentou 177% (de 320 toneladas para 887 toneladas), segundo relatório do governo do EUA divulgado no fim de junho deste ano. Entre 2017 e 2018, houve até um pequeno recuo nesse indicador (de 900 toneladas para 887 toneladas), mas ele se manteve em nível muito alto na série histórica analisada.

Fonte: G1 


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