As comunidades do Rio de Janeiro se aproximam da marca de mil casos confirmados de pessoas infectadas com o novo coronavírus. Segundo o Painel Covid-19, do jornal Voz das Comunidades, a cidade do Rio registrou 982 casos e 249 mortes em decorrência da doença nas favelas cariocas.
A Rocinha, na Zona Sul da cidade, é a comunidade que lidera as estatísticas, com 195 casos confirmados e 55 mortes. Na região, moradores relatam a circulação diária de vans lotadas de pessoas e de aglomeração nas ruas.
Ainda segundo os relatos, os moradores não denunciam a situação por medo, e dizem também não haver fiscalização na área.
Em seguida, no número de casos e mortes, está o Complexo da Maré, na Zona Norte, com 46 óbitos e 166 confirmados com Covid-19. Para a diretora da ONG Redes da Maré, Eliana Silva, muitos moradores da favela estão passando fome e isso leva a uma procura mais intensa por alimentos e itens ligados à prevenção da doença.
“Muitos trabalhadores estão perdendo renda e isso é uma questão que determinadas políticas públicas poderiam chegar de uma forma organizada para atender a essas demandas das favelas”, diz Eliana.
Ainda na Zona Norte, no Morro do Turano, no Rio Comprido, o morador Evandro Machado lidera uma equipe que distribui cestas básicas aos moradores. Eles também cobram atuação mais forte da Prefeitura do Rio com relação à Saúde.
Já no Complexo do Alemão, além do Gabinete de Crise liderado por coletivos e ONGs — como o Papo Reto e o Voz das Comunidades — o projeto Favelart distribui alimentos para famílias que não receberam nenhum tipo de benefício.
O que diz a prefeitura
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, na semana que vem, a pasta vai iniciar uma pesquisa epidemiológica em diversos bairros da cidade, com teste de Covid-19, incluindo o Complexo da Maré e outras comunidades.
Ainda segundo a pasta, as clínicas da família e os centros municipais de Saúde atenderam aproximadamente 60 mil pessoas com suspeita de Covid-19 nos últimos dois meses, “grande parte de moradores de comunidades”, segundo a prefeitura.
Sobre a ausência de fiscalização, a Secretaria de Ordem Pública afirma que atua — desde o início da pandemia — com orientação e fiscalização diária no comércio nas comunidades, como Rocinha e Muzema, em ações integradas com a Guarda Municipal, Polícia Militar, Secretaria de Fazenda e Subsecretaria de Vigilância Sanitária.
Segundo a SEOP, entre 18 de março e 18 de maio, a secretaria registrou 16.264 estabelecimentos fiscalizados, tendo 11.553 pontos comerciais fechados.
Já a Comlurb informa que realizou trabalho de lavagem com água de reuso e detergente em 547 comunidades do Rio.
Fonte: G1
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