A Prefeitura de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, apura as circunstâncias de uma atividade escolar de cunho racista aplicada em uma escola da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) na cidade.
Uma professora de ensino fundamental pediu que os alunos completassem o desenho de um homem negro usando palha de aço para representar o cabelo.
O exercício foi solicitado para o Dia da Consciência Negra, celebrado no último sábado (20). Pais de alunos protestaram e o caso acabou viralizando no WhatsApp e em outras redes sociais. Após a repercussão, a professora acabou demitida pela Apae.
Em nota, a Prefeitura de Ribeirão das Neves disse que a Apae é uma instituição filantrópica sem fins lucrativos de direito privado, cujo método de ensino não é definido pela Secretaria Municipal de Educação.
A prefeitura afirmou que tem um vínculo “apenas de apoio à instituição, que presta serviços importantes para o desenvolvimento e acolhimento de pessoas com deficiência intelectual”, mas solicitou esclarecimentos sobre o ocorrido.
O município declarou, ainda, que repudia “qualquer ação discriminatória” e que a equipe técnica da Secretaria Municipal de Educação “se coloca à disposição dos responsáveis pela instituição, se precisarem de orientações e capacitações com os professores”.
Já a professora que aplicou a atividade para os estudantes disse que não houve racismo.
Segundo a Polícia Civil, até o momento, não há registro dessa ocorrência. Vítimas podem comparecer a uma unidade policial mais próxima ou realizar a denúncia pelo Disque 100 (Direitos Humanos) ou Disque Denúncia 181.
Apae demite professora
Procurada, a Apae disse que “repudia qualquer forma de discriminação” e que “tomou as medidas cabíveis incluindo o acordo de desligamento da professora envolvida”.
Leia a nota na íntegra:
“A Federação das Apaes do Estado de Minas Gerais e a Apae de Ribeirão das Neves vêm a público, por meio desta nota, manifestar seu total repúdio a posição da professora que propôs uma atividade escolar solicitando aos alunos para colocarem bombril no lugar dos cabelos, em uma imagem que ilustrava uma pessoa negra.
O Movimento Apaeano repudia qualquer forma de discriminação buscando sempre combater essa prática historicamente consolidada na sociedade.
Assim, imediatamente após o fato, a Apae de Ribeirão das Neves tomou as medidas cabíveis incluindo o acordo de desligamento da professora envolvida.
Cabe destacar que a Instituição, como entidade de defesa de direitos, é radicalmente contra todo tipo de discriminação pela cor, etnia, gênero, condição social, nacionalidade, idioma, religião, orientação sexual ou qualquer outra condição/característica. Reafirma ainda compromisso com as lutas de grupos sociais em defesa da diversidade, da ética e dos direitos humanos.
Por fim, a Federação das Apaes do Estado e Apae de Ribeirão das Neves reafirmam seu posicionamento contrário a este fato e, mais amplamente, a qualquer forma de manifestação racista, com expressa posição de combate e defesa pelo fim da discriminação e da violência contra a população negra”.
Fonte: Divulgação
There is no ads to display, Please add some