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Técnicos da Secretaria Nacional de Defesa Civil vão inspecionar trecho da falésia

Uma equipe da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, enviada pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, vai realizar uma inspeção no trecho da falésia que desabou em Pipa, no litoral do Rio Grande do Norte, nesta quinta-feira (19). A previsão é de que a avaliação aconteça no fim da manhã, quando a maré estiver baixa no local.

Fazem parte da equipe também geólogos e engenheiros civis. A inspeção visa auxiliar o governo federal nas decisões sobre as falésias.

Na terça-feira (17), o desabamento de um trecho da falésia acabou com a morte de uma família. Hugo Pereira, de 32 anos, Stela Souza, de 33, do filho do casal, Sol Souza Pereira, que tinha 7 meses de vida, e do cachorro deles morreram soterrados.

Ao todo, 10 estabelecimentos que ficam no topo da falésia já foram notificados e fechados preventivamente. As equipes de fiscalização têm atuado inspecionando um estabelecimento por vez.

“Estamos avaliando pontualmente cada um, porque cada um tem uma situação diferente, então não seria justo uma notificação para todos”, explicou a secretária de Meio Ambiente e Urbanismo de Tibau do Sul, Ieda Cortez.

Além disso, o trecho onde aconteceu o acidente também está interditado. “Na maré alta vai haver a interdição das pessoas por ali. Na maré baixa vai ter um corredor onde a pessoa pode passar afastado da falésia”, disse o prefeito de Tibau do Sul, Modesto Macedo.

Segundo ele, a interdição vale até que haja uma decisão do governo federal sobre o assunto, que acontecerá após as inspeções e o mapeamento dos trechos de risco que tem sido feito pela prefeitura.

Esse relatório, inclusive, deve sair até o dia 25 de novembro, segundo explicou a secretária de Urbanismo e Meio Ambiente, Ieda Cortez.

A titular da pasta disse ainda que no trecho onde aconteceu o acidente fiscais da prefeitura e policiais militares vão auxiliar na interdição. Também foram proibidos temporariamente passeios turísticos no local.

“Por ora, nós também suspendemos os passeios turísticos por conta desse ponto de embarque, que eu não posso definir em relação à segurança. É a Capitania dos Portos que tem que me garantir esse local”, disse Ieda.

Empresário concorda com interdição temporária
O empresário Gustavo Brito, proprietário de seis estabelecimentos que foram fechados, concorda com a interdição temporária dos empreendimentos após o acidente nas falésias. Apesar disso, ele diz ser importante que haja um plano de retomada.”A interdição em caráter provisória eu concordo, acho que tem que ser feita uma análise de tudo que pode vir a acontecer e que já aconteceu, infelizmente. Mas tem que se apresentar propostas”, disse.

Ele acredita que os relatórios técnicos vão poder determinar quais trechos podem ser liberados para voltarem a funcionar aos poucos e quais correm riscos. “Acredito que eles vão ter o consenso de analisar isso de forma pontual e os prédios que podem ser parcialmente autorizados a trabalhar, em que não existam riscos, serão liberados”.

Com quarenta anos de trabalho em Pipa, ele acredita que o acidente tem que servir para um reflexão, mas que a vida na cidade e nos estabelecimentos no topo das falésias devem seguir após as análises técnicas.

“A solução não é simplesmente fechar. As pessoas precisam trabalhar, sair, funcionar, refletir sobre o que aconteceu, tirar as lições positivas, e continuar”, disse.

Investigação do MPF
O MPF abriu uma investigação para exigir que as autoridades adotem medidas urgentes para garantir segurança dos frequentadores da praia e novos deslizamentos. Procuradores participaram de uma reunião nesta quarta-feira (18) com representantes do município de Tibau do Sul e da Defesa Civil do RN.

Ao todo, segundo o MPF, há 18 inquéritos abertos envolvendo ocupações irregulares em bordas de falésias no litoral do estado, principalmente no Tibau do Sul, onde Pipa fica localizada. Ainda há seis ações judiciais, inclusive uma penal sobre o tema.

Falésias são um tipo de acidente geográfico formado por uma encosta íngreme ou vertical, que geralmente termina no mar e sofrem ação erosiva causada pela água. Falésias de grande dimensão costumam ser chamadas de penhasco.

Família morreu soterrada
O desabamento de uma falésia causou a morte de Hugo Pereira, de 32 anos, Stela Souza, de 33, do filho do casal, Sol Souza Pereira, que tinha 7 meses de vida, e do cachorro da família.

Uma das vítimas, Hugo Pereira, de 32 anos, era gerente de recepção no hotel Sunbay. Ele é natural de Jundiaí, no interior de São Paulo, e morava havia alguns anos em Pipa. Em 2017, o G1 contou a história de Hugo, que tinha rodado 14 mil quilômetros com uma cadelinha. A família aproveitava um dia de folga na praia quando aconteceu o acidente.Testemunhas relataram que eles estavam sentados próximos à falésia, quando houve o desabamento. Stela ainda chegou a tentar salvar o filho e o abraçou antes da queda. A família foi velada e sepultada nesta quarta-feira (18) sob forte comoção, em Pipa.

Fonte: G1


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