O dólar operava em alta ante o real nesta terça-feira (4), ainda influenciado pelas preocupações com a guerra comercial global e com os investidores cautelosos diante das eleições presidenciais no Brasil.
Às 10h24, o dólar avançava 0,72%, a R$ 4,1819 na venda, tendo batido logo no início do pregão a máxima de R$ 4,1947 e ter saltado quase 2% na véspera, a R$ 4,15.
O maior nível histórico de fechamento do dólar é R$ 4,1655, batido em 21 de janeiro de 2016. O dólar futuro tinha avançava cerca de 0,60%.
“O mercado aguarda os desdobramentos das negociações entre os Estados Unidos e o Canadá, além da imposição de novas alíquotas já anunciadas pelo governo norte-americano aos produtos chineses. Com isso, o clima segue de cautela, o que tem atingido, além das bolsas europeias, as moedas dos países emergentes”, escreveu o Banco Bradesco em relatório.
Alta do dólar vai aumentar preço dos alimentos e gerar desemprego
As tensões comerciais vêm afetando os mercados globais e emergentes, com as preocupações aumentando novamente após o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, no fim de semana de que não havia necessidade de manter o Canadá no Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte).
Além disso, Trump estaria preparado para acelerar rapidamente a guerra comercial com a China e poderia estar pronto para impor mais tarifas às importações chinesas.
No exterior, o dólar tinha forte avanço ante uma cesta de moedas e sobre moedas de países emergentes, com destaque para o rand, depois que a África do Sul entrou em recessão no segundo trimestre pela primeira vez desde 2009.
As atenções também continuavam voltadas para a Argentina, onde o governo anunciou novos impostos e cortes de gastos na véspera para tentar equilibrar o orçamento e antecipar recursos do FMI (Fundo Monetário Internacional).
Internamente, as atenções seguiam voltadas para o cenário eleitoral, com a expectativa pela divulgação da pesquisa Ibope de intenção de votos depois do fechamento do mercado. O levantamento é o primeiro depois que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) vetou a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder em todas as pesquisas eleitorais.
Com a pressão sobre o câmbio, os investidores estavam atentos à ação do Banco Central brasileiro. Por ora, a autoridade monetária não anunciou intervenção extraordinária, a exemplo do que fez na semana passada depois que o dólar superou R$ 4,20.
Fonte: R7
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