O dólar opera em queda nesta sexta-feira (10), após a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação subiu 0,24% em outubro, abaixo das expectativas do mercado financeiro.
A valorização do real ante a moeda americana só não é mais acentuada porque investidores do mundo todo ainda repercutem as falas do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que afirmou que os juros dos Estados Unidos ainda podem ter que subir mais para controlar o avanço da inflação do país.
Já o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em alta puxada pela Vale, empresa com maior peso na composição do índice.
Dólar
Às 13h, o dólar caía 0,48%, cotado a R$ 4,9172. Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda norte-americana teve alta de 0,69%, vendido a R$ 4,9409. Com o resultado, passou a acumular:
alta de 0,69% na semana;
queda de 1,98% no mês;
recuo de 6,39% no ano.
Ibovespa
Às 13h, o Ibovespa subia 1,13%, aos 120.383 pontos.
No mesmo horário, as ações da Vale avançavam 1%.
No dia anterior, o índice teve uma leve queda de 0,12%, aos 119.034 pontos. Com o resultado, passou a acumular:
alta de 0,40% na semana;
alta de 4,85% no mês;
alta de 8,11% no ano.
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O que está mexendo com os mercados?
A inflação de outubro subiu 0,24%, mais uma vez puxada pela forte alta dos preços das passagens aéreas, que dispararam 23,7% no mês passado. Apesar do avanço, o IPCA mostrou uma leve desaceleração em relação a setembro, quando subiu 0,26%.
Com o resultado, o Brasil passa a acumular uma inflação de 4,82% em 12 meses, enquanto em 2023, até aqui, o acumulado é de 3,75%.
Os números vieram abaixo das expectativas do mercado financeiro, que esperava uma alta de 0,29% para outubro.
O grupo de Alimentação e bebidas voltou a subir no último mês, com um avanço de 0,31%. De acordo com Maykon Douglas, da área de Pesquisas da Highpar, os alimentos chamam a atenção porque podem subir com mais força nos próximos meses, como consequência do El Niño.
“Porém, não se trata de uma escalada de preços como a que vimos nos dois últimos anos; e os itens subjacentes, que importam mais no momento à política monetária, seguem em desinflação e vieram comportados novamente. Ou seja, apesar do que vimos nos alimentos, o qualitativo segue benigno”, destaca o especialista.
Os investidores também seguem repercutindo as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, sobre os rumos da política monetária dos Estados Unidos.
Ontem, ele afirmou que as autoridades do Federal Reserve “não estão confiantes” de que a taxa de juros esteja alta o suficiente para encerrar a batalha contra a inflação.
O chefe do Fed também disse que o BC norte-americano “está comprometido em alcançar uma postura de política monetária que seja suficientemente restritiva para reduzir a inflação para 2% ao longo do tempo”. E alertou: “Não estamos confiantes de que alcançamos essa postura.”
“Se for apropriado apertar ainda mais a política monetária, não hesitaremos em fazê-lo”, disse, em uma conferência de pesquisa do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A sinalização de Powell gera reflexos sobre a bolsa brasileira e a cotação do real. Na prática, juros mais altos nos Estados Unidos significam, entre outros pontos, migração de investimentos para títulos públicos norte-americanos e fuga de dólar, com consequente pressão sobre o câmbio.
Isso acontece porque esses títulos (Treasuries) são considerados os investimentos mais seguros do mundo. Quando eles passam a render mais, é normal que haja uma saída dos investidores de outros países — sobretudo os emergentes — como o Brasil.
Fonte: G1
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