- Economia

Dólar passa a cair no 1º pregão de dezembro após comentários de Trump

O dólar passou a operar em queda no 1º pregão do mês de dezembro, depois de ter acumulado avanço de mais de 5% em novembro e após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizer nesta segunda-feira (2) que irá restaurar tarifas sobre importações de aço e alumínio do Brasil e da Argentina.

Às 10h24, a moeda norte-americana caía 0,22%, a R$ 4,2305. Na abertura, chegou a operar em alta, batendo R$ 4,2556. Veja mais cotações.

Na sexta-feira, o dólar fechou a R$ 4,2397, em alta de 0,57%, acumulando valorização de 5,73% no mês de novembro. No ano, tem alta de 9,43% frente ao real.

A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2019 permaneceu em R$ 4,10 por dólar, segundo pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda. Para o fechamento de 2020, subiu de R$ 4 para R$ 4,01 por dólar.

Trump acusa Brasil e Argentina de desvalorizarem moedas
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou nesta segunda-feira, em uma rede social, Brasil e Argentina de desvalorizarem “maciçamente” suas moedas, e afirmou que vai reinstalar as tarifas de importação sobre o aço e o alumínio dos dois países.

“Brasil e Argentina têm presidido uma desvalorização maciça de suas moeda. O que não é bom para nossos agricultores”, escreveu Trump em uma rede social. Portanto, com efeito imediato, restaurarei as tarifas de todos os aços e alumínio enviados para os EUA a partir desses países”.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que, se necessário, conversará com o Trump a respeito do restauração de tarifas sobre a importação, pelos EUA, de aço e alumínio de Brasil e Argentina.

O Banco Central ofertará nesta segunda-feira até 10 mil contratos de swap cambial reverso e até US$ 500 milhões em moeda spot. Em caso de venda parcial ou não colocação das ofertas, a autarquia leiloará contratos de swap tradicional, para rolagem do vencimento fevereiro de 2020.

O que explica a disparada recente
A alta do dólar tem como pano de fundo principal o movimento de saída de dólares do país e a preocupação com a desaceleração da economia mundial e as incertezas em torno das negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos para colocar fim à guerra comercial que se arrasta desde o começo de 2018.

Além disso, também tem pesado no câmbio a maior tensão social na América Latina e a queda dos juros no Brasil e o diferencial em relação aos Estados Unidos, o que também contribui para manter afastado um fluxo maior de capital externo para o mercado brasileiro.

O real foi a segunda divisa com maior desvalorização frente ao dólar em novembro, atrás apenas do peso chileno (8,53%), entre as 33 divisas mais líquidas do mundo, segundo o Valor Online. Completa o pódio dos piores desempenhos do mês o peso colombiano (4,06%), um sinal de como a região tem sido foco negativo nas últimas semanas.

Quem ganha e quem perde com a alta do dólar
Integrantes da equipe econômica do governo têm sinalizado que o novo patamar do dólar veio para ficar. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já disse que, apesar da alta recente da moeda norte-americana, o órgão não tem uma meta para a taxa de câmbio.

Na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que, diante da redução da taxa básica de juros no país, o câmbio de equilíbrio “tende a ir para um lugar mais alto”. Com isso, o mercado também ‘testa’ o limite do câmbio, o que contribui para uma maior volatilidade.

Fonte: G1


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