O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, informou nesta quinta-feira (6), em coletiva de imprensa, que o governo vai realizar um novo leilão no dia 13 de junho para comprar mais 36 mil toneladas de arroz importado.
Essa quantidade corresponde aos lotes que não foram arrematados no leilão desta quinta. No total, o certame previa a compra de 300 mil toneladas do grão, das quais foram adquiridas 263,370 mil, ou seja, cerca de 88%.
Os pacotes de arroz virão com os logotipos da Conab e do governo federal, além do escrito “Produto Adquirido pelo Governo Federal”. O produto terá um preço tabelado: será vendido em pacotes de 5 quilos por R$ 20 reais, ou seja, por R$ 4 o quilo, como o governo tem anunciado.
Segundo o governo, um leilão de importação, como o dessa quinta, não era realizado desde 1987.
Ainda não é possível saber de quais países virão o arroz. Durante a coletiva, o diretor-executivo de Operações da Conab, Thiago dos Santos, explicou que quem participa dos leilão são empresas brasileiras. Estas que fazem a importação e, posteriormente, vendem o arroz para o governo. O governo disse que essa informação deve ficar disponível nos próximos dias.
As empresas que venceram o leilão foram a Zafira Trading, que atua no ramo de exportação e importação; a Icefruit Indústria e Comércio de Alimentos Ltda; Wisley A de Souza Ltda e a ASR Locação de Veículos e Máquinas, que tem como atividade secundária o comércio de cereais.
Além dessas 300 mil toneladas, a Conab está autorizada a comprar mais 700 mil toneladas, mas, segundo Pretto, não existe expectativa de novos leilões, por enquanto.
O governo decidiu importar arroz poucos dias depois do início das enchentes no Rio Grande do Sul. O estado é responsável por 70% da produção nacional do grão, mas já havia colhido 80% do cereal antes das inundações.
Leilão quase não aconteceu
Na quarta-feira (5) à noite, a Justiça Federal chegou a suspender o evento por meio de uma liminar, atendendo a um pedido do Partido Novo. No entanto, a Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com recurso e conseguiu reverter a decisão. O leilão aconteceu às 9h da manhã, como estava programado.
A medida tem sido criticada por associações de produtores rurais, que a consideram intervencionista e um desestímulo à produção nacional. O setor diz que há arroz suficiente no Brasil para abastecer a população.
Contudo, para o governo, a questão não é abastecimento, mas o preço praticado no mercado interno. “Me perguntaram se não era precipitado. Precipitado é ter lugares onde o arroz aumentou 19%, como foi em Santa Catarina, em um mês – o segundo estado de maior produção no nosso país”, disse o presidente da Conab.
Na prévia da inflação de maio, o preço do arroz ao consumidor acumula alta de 25% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Logo após o leilão, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse ao g1 que, nos últimos 40 dias, a especulação injustificável tomou conta do mercado brasileiro e o governo cumpriu o seu papel de coibir essa prática horrorosa, principalmente, no momento de tragédia como esse no Rio Grande do Sul”.
Fonte: G1
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