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Apenas quatro clubes da Série A mantêm técnicos desde o início do ano

Ao demitir Marcos Paquetá apenas um mês e seis dias após ter anunciado a contratação do treinador, o Botafogo será o primeiro time da Série A a apontar o quarto técnico este ano – um recorde na temporada entre os 20 clubes da elite do futebol brasileiro.

O sentimento do torcedor de que os clubes contratam sem critério e demitem sem compromisso fica mais forte quando se nota que o primeiro turno do Campeonato Brasileiro ainda nem acabou, e somente Odair Hellmann, Mano Menezes, Renato Gaúcho e Gilson Kleina continuam a comandar as equipes em que começaram 2018: Internacional, Cruzeiro, Grêmio e Chapecoense, respectivamente.

A demissão de Marcos Paquetá, apenas cinco jogos após ter sido contratado, representou a 20ª troca de treinador nos clubes da Série A em 2018 e a 15ª desde o início da competição, no dia 14 de abril passado.

O recorde de mudanças de treinador durante a Série do Campeonato Brasileiro dos pontos corridos com 20 clubes aconteceu na edição de 2015, com 32 trocas. Na ocasião, somente Tite, então no campeão Corinthians, começou e terminou as 38 rodadas à frente da mesma equipe. O recorde anterior tinha sido na Série A-2010, com 31.

Nesses três meses e 20 dias de Série A-2018 com 16 rodadas disputadas, das 15 mudanças de técnico, sete aconteceram por pedido de demissão do próprio profissional: Nelsinho Baptista, que preferiu deixar o Sport Recife no dia 24 de abril por divergências com a diretoria; Fábio Carille (trocou o Corinthians pelo Al-Wheda, em 22 de maio); Zé Ricardo (pediu desligamento do Vasco no dia 2 de junho); Jorginho (saiu do Ceará rumo ao Vasco no dia 4 de junho, apenas 15 dias após ter sido contratado); Abel Braga (deixou o Fluminense no dia 16 de junho); Enderson Moreira (trocou o América Mineiro pelo Bahia, também no dia 16 de junho); e Alberto Valentim (desligou-se do Botafogo rumo à Arábisa Saudita no dia 19 de junho).

Dos sete que pediram demissão, Carille, Enderson, Jorginho e Valentim tinham outras propostas. Nelsinho, Abel, Zé Ricardo saíram por inconformismo com a infraestrutura de seus clubes e a dificuldade no relacionamento com os dirigentes.

Somente 8 técnicos dos 20 times da Série A estão no cargo há, no mínimo, 4 meses: além de Mano, Renato, Kleina e Odair, apenas Thiago Larghi (Atlético Mineiro), Rogério Micale (Paraná), Diego Aguirre (São Paulo) e Mauricio Barbieri (Flamengo) assumiram seus postos antes do início do Campeonato Brasileiro. Dois deles, Larghi e Barbieri, passaram meses como interinos e foram efetivados na última semana de junho.

Desde o início da competição, no dia 14 de abril, houve oito demitidos, num cenário preocupante, que afeta o planejamento de cada clube.

– Quando se troca o técnico, muda-se tudo, não só as pessoas. Cada treinador tem a sua filosofia, sua metodologia. Sempre há um prejuízo estrutural grande. Por isso, a escolha precisa ser criteriosa – avalia Marcelo Paz, o presidente do Fortaleza, líder do Brasileiro da Série B, que confia em não perder o técnico Rogério Ceni antes do fim do contrato, que irá até 10 de dezembro, e espera renovar com o maior ídolo da história do São Paulo para continuar no clube cearense.

O Botafogo começou o ano com Felipe Conceição, demitido ainda no primeiro turno do Campeonato Carioca e substituído por Alberto Valentim, que levou o clube ao título estadual. Valentim deixou o alvinegro, quatro meses depois de ter sido contratado, para trabalhar na Arábia Saudita e foi substituído por Marcos Paquetá, que ficou 1 mês e 6 dias no cargo.

Outra situação curiosa foi a de Ricardo Drubscky, que demorou apenas dois jogos para voltar a ser diretor de futebol do América Mineiro, dando o lugar a Adilson Batista, após duas derrotas, diante de Cruzeiro e Paraná.

Trocas de técnico de clubes da Série A em 2018:

1ª – Oswaldo de Oliveira – Atlético-MG – demitido – 9/2/2018 – 2 dias após uma confusão com o repórter Leo Gomide no jogo Atlético-AC 1 x 1 Atlético-MG (Copa do Brasil) – substituído por Thiago Larghi (interino), que foi efetivado em 26/6/2018;

2ª – Felipe Conceição – Botafogo – demitido – 10/2/2018 – após Flamengo 3 x 1 Botafogo (Taça Guanabara) – substituído por Alberto Valentim em 13/2/2018;

3ª – Wagner Lopes – Paraná – demitido – 16/2/2018 (após 1 vitória, dois empates e 3 derrotas no Campeonato Paranense) – substituído por Rogério Micale em 24/2/2018;

4ª – Dorival Júnior – São Paulo – demitido – 9/3/2018 (1 dia após Palmeiras 2 x 0 São Paulo no Paulistão) – substituído por Diego Aguirre em 11/3/2018;

5ª – Paulo Cesar Carpeggiani – Flamengo – demitido – 29/3/2018 (80 dias no cargo) – após a derrota para o Botafogo no Campeonato Carioca – substituído pelo interino Mauricio Barbieri, efetivado em 28/6/2018;

Trocas de técnico durante a Série A-2018 (a partir de 14/4/2018):

1ª – Nelsinho Baptista – Sport Recife – pediu demissão – em 24/4/2018 – 1 dia após Sport 1 x 1 Botafogo em 23/4/2018 – 2ª rodada – substituído por Claudinei Oliveira em 25/4/2018;

2ª – Marcelo Chamusca – Ceará – demitido – em 20/5/2018 – após Vitória 2 x 1 Ceará – 6ª rodada – substituído por Jorginho em 21/5/2018;

3ª – Fábio Carille – Corinthians – pediu demissão e foi para o Al-Wehda da Arábia Saudita – em 22/5/2018 – após a 6ª rodada – substituído por Osmar Loss (interino), efetivado após a Copa;

4ª – Zé Ricardo – Vasco – pediu demissão – 2/6/2018 – após Vasco 1 x 2 Botafogo – 9ª rodada – substituído por Jorginho em 5/6/2018;

5ª – Guto Ferreira – Bahia – demitido – 3/6/2018 – após Bahia 0 x 2 Grêmio – 9ª rodada – substituído por Enderson Moreira em 16/6/2018 (na parada para Copa);

6ª – Jorginho – Ceará – pediu demissão e foi para o Vasco – 4/6/2018 (ficou 15 dias no cargo, 3 jogos e 3 derrotas) – 1 dia após Ceará 0 x 1 Cruzeiro – 9ª rodada Série A – substituído por Lisca em 4/6/2018;

7ª – Abel Braga – Fluminense – pediu demissão – 16/6/2018 (na parada para a Copa) – 12ª rodada – substituído por Marcelo Oliveira em 22/6/2018;

8ª – Enderson Moreira – América-MG – pediu demissão e foi para o Bahia – 16/6/2018 (parada para a Copa) – 12ª rodada – substituído por Ricardo Drubscky em 20/6/2018;

9ª – Alberto Valentim – Botafogo – pediu demissão e foi para a Arábia Saudita – 19/6/2018 (parada para a Copa) – 12ª rodada – substituído por Marcos Paquetá em 26/6;

10ª – Fernando Diniz – Atlético-PR – demitido – 25/6/2018 (parada para a Copa) – 12ª rodada – substituído por Tiago Nunes em 26/6/2018;

11ª – Jair Ventura – Santos – demitido – 23/7/2018 – 1 dia após Chapecoense 0 x 0 Santos – 14ª rodada – substituído por Cuca em 30/7/2018;

12ª – Ricardo Drubscky – América-MG – voltou a ser diretor de futebol do clube, depois de 2 jogos com 2 derrotas – 24/7/2018 – 2 dias após Paraná 1 x 0 América-MG – na 14ª rodada – substituído por Adílson Batista em 24/7/2018;

13ª – Roger Machado – Palmeiras – demitido – 26/7/2018 – após Fluminense 1 x 0 Palmeiras – 15ª rodada – substituído por Luiz Felipe Scolari em 26/7/2018 (estreará somente a 5/8/2018);

14ª – Vágner Mancini – Vitória (BA) – demitido – 29/7/2018 – após Atlético-PR 4 x 0 Vitória-BA – 16ª rodada – ainda sem substituto;

15ª – Marcos Paquetá – Botafogo – demitido – 1/8/2018 – após Nacional (PAR) 2 x 1 Botafogo (Copa Sul-Americana) – 16ª rodada – ainda sem substituto.

Fonte: Globo esporte


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