A decepção estava estampada no rosto de Hugo Calderano depois da derrota na semifinal de simples do tênis de mesa das Olimpíadas de Paris. Foi superado pelo sueco Truls Moregard. O brasileiro ainda vai ter a chance do bronze contra o francês Felix Lebrun, mas antes tenta entender o que faltou para uma final inédita, especialmente no primeiro set. Calderano vencia por 10 a 4 e dominava a primeira parcial quando tomou oito pontos seguidos e a virada.
– Não sei dizer o que aconteceu. Acho que faltou alguma coisa extra naquele momento. Não consegui aproveitar essa chance. Seria importantíssimo ganhar o primeiro set.Foi um jogo bem difícil para mim. Eu tive algumas oportunidades no começo do jogo e não consegui pegar. Também por mérito do sueco. Ele fez um jogo muito bom. Tem um estilo bem diferente, bastante variação, muito agressivo também. Não consegui achar soluções para isso durante a partida. Estou bem decepcionado com essa derrota. Preciso assimilar direito essa derrota para pensar em como resetar o mais rápido possível, com muita agressividade para o próximo jogo. Preciso sentir a dor da derrota, mas é claro que tenho noção da importância dessa campanha – disse Calderano.Em sua terceira participação olímpica, Hugo é o primeiro brasileiro a chegar às semifinais do tênis de mesa nos Jogos. Em Tóquio, vencia por 2 a 0 as quartas de final, mas tomou a virada diante do alemão Dimitrij Ovtcharov, que acabou com o bronze no Japão.
Técnico do brasileiro, o francês Jean-René Mounie ressaltou o jogo acima da média de Moregard. Antes de superar Calderano, que era o cabeça de chave número 4 da chave, o sueco despachou o chinês Wang Chuqin, número 1 do mundo.
– Ele estava dominando o primeiro set e o segundo também. Não conseguimos fechar no momento certo. Depois foi outro jogo. Acredito que o Truls estava com uma confiança muito alta. Jogo de alto nível, especialmente na recepção. Não vou dizer que é algo inédito, mas ele conseguiu fazer o melhor dele. Tivemos um adversário muito forte. Ele foi fantástico. Quando o Truls se sentiu perdido, ele começou a arriscar bem mais. E teve sucesso em tudo o que tentou. O Hugo perdeu um pouco de agressividade, provavelmente dois porcento. Foi suficiente para ele pegar o set. Faz parte do jogo – disse o treinador.
Pela medalha inédita, Calderano tem um confronto com um rival bem conhecido. Foram quatro confrontos com Lebrun, com duas vitórias para cada lado. O brasileiro levou a melhor por 4 a 0 no último duelo com o francês, cabeça de chave número 3 em Paris.
– O Felix está jogando em um nível altíssimo. É um jogador muito forte. Vai jogar com a torcida a favor também. Vai ser um jogo muito duro. Vou tentar voltar com todas as minhas forças para lutar pelo bronze.
Fonte: Globo Esporte
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