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Capitão raiz: venerado, Lloris supera Zidane e Platini e sonha levantar a taça

Hugo está sempre tranquilo, é sempre o mesmo, essa é sua força. Ele é o capitão e nos ajuda com muita segurança. Fala pouco, mas quando fala é muito importante. E ele também escuta. Hugo tem essa força de caráter que faz dele esse capitão, é por ele que a equipe está assim.

A frase do meia Matuidi sobre Hugo Lloris explica bem o incrível respeito da seleção francesa por seu capitão. Numa era em que jogadores têm recebido a braçadeira majoritariamente por causa da liderança técnica, por serem os melhores do time, exemplos de Messi, Cristiano Ronaldo, Harry Kane e Hazard em suas seleções, o goleiro da França é o “capitão raiz”.

Mesmo com vários grandes jogadores espalhados pela equipe, a faixa se acolheu em seu braço pela ascendência e admiração que ele, aos 31 anos, desperta na seleção mais jovem da Copa (ao lado da Nigéria), com média de 26 anos completos.

Neste domingo, na final contra a Croácia, Lloris deixará Michel Platini para trás e passará a ser o quarto francês com mais jogos em Copas do Mundo, ao lado do ex-zagueiro Maxime Bossis.

Quem mais jogou pela França na história das Copas:
Barthez (1998, 2002 e 06) e Henry (98, 02, 06 e 10): 17 jogos
Thuram (98, 02 e 06): 16 jogos
Bossis (78, 82 e 86): 15 jogos
Platini (78, 82 e 86) e Lloris (2010, 14 e 18): 14 jogos
O posto de capitão que ele ostenta há seis anos havia se tornado uma interrogação depois da desastrosa campanha do Mundial de 2010, na África do Sul. À época, o vestiário desabou em crises entre jogadores, e também deles com o técnico Raymond Domenech.

Um dos diagnósticos feitos pelo sucessor Laurent Blanc tinha a necessidade de tirar a braçadeira do lateral-esquerdo Patrice Evra. Ele continuaria sendo convocado, mas havia fracassado como capitão. A escolha de Lloris para a Eurocopa de 2012 chegou a surpreender diante de nomes mais robustos da época, como Ribéry ou Abidal, mas logo se justificou.

Tímido, “low-profile” diante das câmeras, Lloris parece sempre escolher as palavras e se preocupa em não elevar o tom de voz antes de dizê-las.

– Um bom líder não é a pessoa que mais fala, é a pessoa que fala com mais sentido – dizia o ex-técnico do goleiro no Nice, Frédéric Antonetti, ao comentar por que ele se tornaria um bom capitão.

Lloris fez teste no Nice aos 12 anos. O treinador da época era Dominique Baratelli, ex-goleiro da seleção francesa. Entendia, portanto, da posição. E recomendou:

– Inscreva-o agora!

A dica foi cumprida. Fã do ex-atacante Eric Cantona, do ex-goleiro Peter Schmeichel e do ex-tenista Pete Sampras, a quem sua movimentação sem grandes rompantes agressivos é comparada, Lloris está a uma vitória de levantar a taça mais cobiçada do planeta. Em sua terceira Copa do Mundo. E vê a França mais preparada do que nunca para isso.

– Acho que somos completos como time. Podemos jogar de diferentes formas, mas o mais importante é que todos os jogadores estão envolvidos. Eu sei que parece estúpido dizer isso, mas é a verdade: todo mundo tenta trabalhar pela equipe e fazer o melhor.

França e Croácia se enfrentarão às 12h (de Brasília) deste domingo, no estádio Lujniki, em Moscou.

FONTE: GLOBOEPORTE


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