Com apenas 17 anos de idade, Eric Pardinho carrega sobre os ombros a responsabilidade de ser a maior promessa do beisebol brasileiro. Um ano atrás, ele assinou um contrato com o Toronto Blue Jays que lhe rendeu um bônus de US$ 1,5 milhão. No entanto, a estrada para chegar na liga principal (MLB), o caminho é longo, e o começo está sendo em Bluefield, uma pequena cidade da Virgínia Ocidental, com uma população de pouco mais de 10 mil habitantes.
Na liga de calouros, Pardinho é um dos arremessadores titulares do Blufield Blue Jays. Em sete jogos disputados, sofreu 12 corridas merecidas, conseguiu 39 eliminações por strike out e cedeu 11 walks e 24 rebatidas. Foram duas vitórias e duas derrotas, com 3,86 de ERA (média de corridas merecidas por nove entradas).
Esses números colocam Pardinho em uma condição de respeito entre os nomes de futuro da MLB. Ele é considerado a sétima maior promessa Toronto Blue Jays, considerando todas as ligas menores (3A, 2A, A-Avançado, A-Longa, A-Curta e Calouros). Filho de uma brasileira, Bo Bichette é o segundo nesta lista. A boa posição faz com que se veja na elite em pouco tempo.
– Penso que se eu seguir trabalhando como estou, com o desenvolvimento que estou fazendo aqui, em três ou quatro anos posso chegar no topo que é a MLB. Mas não posso pensar só no grande se não passar pelos outros caminhos. É pensar passo a passo – comentou Pardinho, em entrevista ao GloboEsporte.com.
Nessa pequena cidade, o jovem brasileiro ainda sofre um pouco com o inglês, se vira no espanhol e faz confusão ao ao misturar as línguas quando fala português. Nada que seja um problema diante da quantidade de latinos há muito mais tempo nos Estados Unidos que sequer conseguem se comunicar em inglês e ainda precisam de tradutores. Por enquanto, a concentração é total no beisebol.
– Tudo é uma novidade para mim. Como as pessoas vivem o futebol no Brasil, eu vivo o beisebol aqui. Outros países estão mais acostumados. A República Dominicana tem sua liga própria. Desde o ano passado, estou treinando e minha rotina pouco mudou. Agora, tenho os jogos. No dia da minha estreia, fiquei um pouco nervoso porque os números começariam a contar para a minha estatística. Mas deu tudo certo – contou.
Pardinho passou um ano apenas em treinamento e realizando amistosos antes de jogar para valer. Os treinadores fazem poucas intervenções nos movimentos de seus arremessos e se preocupam mais com a parte mental. Não que o brasileiro apresente algum problema, mas no beisebol ter uma boa cabeça é fundamental para ter sucesso no jogo.
– Pode ser que tenha uma coisa ou outra para consertar no arremesso, mas eles falam mesmo é sobre a forma de pensar na hora do jogo, na parte mental – explicou.
Por enquanto, Pardinho vem se saindo bem para trilhar o caminho percorrido por Yan Gomes, Paulo Orlando, Andre Rienzo, Thyago Vieira e Luis Gohara, os brasileiros que já tiveram ou ainda têm a oportunidade de atuar na MLB.
O arremessador do Bluefield Blue Jays é a estrela de uma nova geração, que soma 19 jogadores entre a liga principal e as menores nesta temporada. Por enquanto, procura apenas se concentrar no que importa para seguir em frente. Sem deixar a pequena cidade, a distância da família ou a barreira do idioma interferirem no seu crescimento.
– Não é tão ruim assim, é bom viver aqui. Sempre muito bom aprender coisas novas – afirmou.
Fonte: Globo esporte
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