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Maria Suelen bate na trave, e Brasil fica mais um dia fora do pódio no Mundial

Maria Suelen Altheman lutou até o fim, mas não conseguiu um lugar no pódio do Mundial de judô. Nesta quarta-feira, em Baku, a brasileira chegou à semifinal da categoria pesado (+78kg), só que caiu diante da cubana Idalys Ortiz e também diante da tuca Kayra Sayit na disputa pelo bronze. David Moura, Rafael Silva e Beatriz Souza nem chegaram nas lutas por medalhas, deixando o Brasil pelo quinto dia seguido fora do pódio no Azerbaijão.

Com o bronze de Érika Miranda na sexta-feira, o Brasil terminou as disputas individuais do Mundial de Baku com apenas uma medalha. É o pior desempenho desde Roterdã 2009, quando o país nem foi ao pódio. Resta ainda a disputa por equipes desta quinta-feira, e o Brasil é o atual vice-campeão mundial.

Medalha escapa de Maria Suelen
Para chegar as disputas de medalhas, Maria Suelen começou com tudo. Venceu por ippon a francesa Anne Fatoumata Bairo e a alemã Carolin Weiss. Nas quartas de final, a brasileira teve um confronto mais equilibrado contra a britânica Sarah Adlington, mas Maria Suelen foi mais agressiva e forçou a rival a tomar três punições.

Maria Suelen sabia que teria um confronto muito duro na semifinal, conhecia bem a rival pan-americana. Em 12 lutas entre as duas, Idalys Ortiz havia vencido todas. Dois desses combates, aliás, foram em finais de Mundiais, em 2013 e 2014. Campeã olímpica em Londres 2012 e vice na Rio 2016, Idalys começou melhor, impondo agressividade e forçando duas punições para a brasileira. Maria Suelen cresceu e também forçou um shido para a cubana. No golden score, a luta ficou mais aberta, e Idalys encontrou um golpe que lhe rendeu um waza-ari e a vaga na final de Baku.

Não havia tempo para se lamentar, ainda restava a disputa do bronze. Maria Suelen só havia enfrentado a turca Kayra Sayit uma vez, em 2016, e tinha saído derrotada. Nesta quarta, a rival logo encaixou bem a pegada e conseguiu um waza-ari no primeiro minuto de luta. Maria quase deu o troco em um contra-golpe, equilibrou a disputa. Só não achou um golpe para levar a turca ao solo. A medalha escapou entre as mãos.

Na final, a japonesa Sarah Asahina venceu a cubana Idalys Ortiz no golden score e ficou com o bicampeonato mundial. Além da turca Saiyt, a bósnia Larisa Ceric também ficou com o bronze.

Ainda na chave feminina, o Brasil foi representado também pela estreante Beatriz Souza. A jovem de 20 anos conseguiu imobilizar a húngara Mercedesz Szigetvari na estreia, mas parou diante da turca Kayra Sayit, a algoz das brasileiras em Baku.

– Criei a estratégia certa, na minha opinião. Fui para buscar o golpe, para trabalhar o ashi e poder entrar. No vacilo que eu dei no golpe que eu entrei ela acabou conseguindo o waza-ari. Eu dei tudo para buscar no final, mas não deu. O que eu consegui ganhar aqui de experiência, com certeza, usarei nesse Mundial Júnior e vou para cima, para ganhar minha medalha de Mundial – disse Beatriz, que disputa o Mundial sub-21 em outubro.

Frustração entre os homens
As maiores expectativas do judô masculino do Brasil estavam na categoria dos pesados, afinal David Moura foi prata e Rafael Silva foi bronze no Mundial do ano passado. Além disso, a lenda francesa Teddy Riner não estava mais no caminho dos brasileiros, preferiu ficar fora de Baku para se poupar no caminho até Tóquio 2020. Só que os dois medalhistas brasileiros desta vez pararam nas oitavas de final.

Bronze nas duas últimas Olimpíadas, Rafael Silva, o Baby, encarou logo de cara o japonês Hisayoshi Harasawa, atual vice-campeão olímpico. A luta equilibrada foi para o golden score com dois shidos para cada lado. Na prorrogação, o brasileiro acabou tomando a terceira punição que encerrou o confronto.

– A luta estava bastante equilibrada. Eu acho que tive certa vantagem no período normal. Depois, no golden score, acabei levando o shido. Mas, é uma luta bastante parelha, um adversário que foi vice-campeão olímpico agora no Rio. Eu preciso ajustar, melhorar e pensar na próxima competição, que o Grand Slam do Japão. Tem o Mundial por equipes também (nesta quinta). Então é corrigir o que errei nesse combate e poder melhorar para as próximas lutas – disse Baby.

Rafael Silva, o Baby, comenta participação no Mundial de judô

David, por sua vez, era favorito contra o uzbeque Bekmurod Boltiboev. O rival já havia tomado dois shidos quando surpreendeu o brasileiro com o golpe perfeito, o ippon que acabou com a participação do brasileiro no Mundial.

– Eu sabia que meu adversário era perigoso, mas foi um segundo que eu errei, e ele me jogou. Eu estava dominando, tinha dois shidos de vantagem, tinha quase jogado, o cara é mais leve, veio do meio-pesado. Mas, isso é judô, né!? O resultado do ano passado me mostrou que eu poderia ser campeão neste ano. A gente tem que levar as derrotas como aprendizado, para nos tornarmos mais fortes, com mais potencial para ganhar. Mas, nada garante. Eu tenho certeza de que estou melhor hoje do que estive no ano passado. E essa é a graça do judô: é imprevisível – disse David.

Fonte: Globo esporte


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