O catarinense Natan Schulte passou de total desconhecido a milionário em 2018. O peso-leve venceu a primeira temporada da Professional Fighters League (PFL) e, além do cinturão, levou para casa o prêmio de US$ 1 milhão destinado ao campeão. O dinheiro, Schulte admite, mudou sua vida, mas não alterou uma coisa: sua vontade de competir e lutar. E ele vai precisar de toda essa motivação a partir desta quinta-feira, quando inicia a defesa do cinturão na segunda temporada da liga de MMA, contra o chinês Bao Yincang.
Um milhão de dólares não foi capaz de aposentar Schulte, ainda mais considerando que o lutador catarinense mora nos EUA, logo a conversão favorável para o real não o afeta tanto, já que suas contas são em dólares. No entanto, foi o suficiente para que “Russo” pudesse focar nos treinos e não ser forçado a dividir o tempo com “bicos” e outros trabalhos.
– Antes eu era um atleta que, como muitos, depende de outras coisas para se manter. Precisa pagar conta da casa, pagar carro, então teria que fazer algum outro trabalho, ou com a luta ou qualquer outra coisa, além de treinar. Isso me deixa mais seguro de poder vir treinar sem me preocupar em como vou fazer para pagar meu aluguel no final do mês – contou ao Combate.com.
Mesmo US$ 1 milhão pode se acabar rapidamente se não for gasto com inteligência. Natan Schulte guardou boa parte do dinheiro e está estudando opções de investimento, desde bolsa de valores até previdência privada. Com o dinheiro trabalhando para ele, o peso-leve poderia perder a motivação para continuar lutando. No entanto, ele tem uma perspectiva diferente sobre como a quantia mudou sua relação com a luta.
– Eu amo fazer isso. Antes eu nunca ganhei dinheiro para fazer luta e fazia porque gostava, como a grande maioria que não está em grandes eventos e não ganha quantias boas para fazer isso. Faz porque gosta e quer um dia só viver disso. Como é algo que eu amo fazer, eu venho sem pressão nenhuma, tranquilo daquilo que eu tenho que fazer, sem dizer “tenho dinheiro, não preciso mais treinar” – argumenta.
E é bom Natan treinar mesmo, pois a segunda temporada da PFL vem com pesos-leves novos para desafiá-lo. Entre as novidades do elenco, estão os ex-UFC Ronys Torres, Jeremy Kennedy e Damon Jackson, e Akhmed Aliev, campeão do evento russo Fight Nights Global. Todos estarão de olho no campeão, que, segundo o regulamento da liga, precisa somar pontos o suficiente nas duas lutas da temporada regular para avançar aos playoffs.
– Eu imagino que todo mundo deve estar olhando para mim como um cara duro, campeão, e estudando o meu jogo. Mas você pode estudar e estudar, treinar e treinar; se você não estiver focado 100% no que vai fazer ali na hora, vai cair por terra e você vai acabar esquecendo. Você vai lutar conforme a luta desenrolar na hora. Eu sempre penso nisso: independente de o cara ter estudado meu jogo, eu vou entrar focado, com a estratégia feita, e fazer o que eu faço de melhor, que é esse jogo de pressão – adverte o campeão.
O primeiro adversário de Natan Schulte, nesta quinta, é o chinês Bao Yincang, que já tem experiência em GPs milionários: disputou o torneio peso-leve do Road FC encerrado no último fim de semana e caiu na terceira luta. Ele traz um cartel de 13 vitórias e sete derrotas para o confronto, e o brasileiro estudou bastante o que o aguarda no cage.
– Parece que não tem um jiu-jítsu muito bom, então talvez eu explore isso mais nesta luta. Mas é um adversário duro, não dá para deixar ele gostar da luta, tem que ser uma luta para nocautear ou finalizar de qualquer forma. Acho que ele é um adversário duro, um adversário mais alto, tem a envergadura maior, gosta de trabalhar alguns golpes isolados, não trabalha muita combinação, gosta de trabalhar mais as mãos – analisou Natan Schulte.
Fonte: Globo esporte
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