Macris e Carli Lloyd se acostumaram a guiar seus mundos com a ponta dos dedos. Em um meio no qual a força atrai quase todos os holofotes, as levantadoras ditam o ritmo através da habilidade. Pelas mãos delas, duas das jogadoras mais talentosas da Superliga Feminina, Minas e Praia Clube tentam chegar ao troféu da competição. Nesta sexta-feira, às 21h30, com transmissão ao vivo do SporTV2, elas têm a missão de conduzir suas equipes na quadra do Sabiazinho, em Uberlândia. A partir das 20h30, o GloboEsporte.com vai transmitir o pré-jogo.
A vantagem está nas mãos de Macris. Na primeira partida da final, o Minas levou a melhor no Mineirinho. Em Uberlândia, um novo triunfo dá o título à equipe da capital após 17 anos desde a última conquista. Ao Praia, atual campeão, só resta a vitória para forçar a decisão no terceiro jogo, na próxima sexta-feira, novamente em Belo Horizonte.
Macris tem sido um dos destaques da Superliga. Escolhida a melhor levantadora da competição em cinco temporadas, vive a melhor fase da carreira. Candidata ao título de MVP da competição, aposta em um estilo diferente para evoluir ainda mais dentro de quadra.
– As pessoas têm características diferentes. No meu caso, o toque às vezes parece meio tortinho, a minha bola não encaixa com o dedão, como tradicionalmente encaixam nos três dedos. A minha pega mais nos quatro dedos. Isso faz com que a bola saia com uma característica especial, entrando e saindo rápido da mão, pegando uma altura boa – ensina a levantadora.
O toque especial tem funcionado. Em um time recheado de estrelas, Macris se destacou. Com um jogo rápido e habilidoso, a levantadora se firma cada vez mais como uma das mais talentosas de sua geração. Mas se o estilo é diferente, a finalidade é a mesma, ela diz.
– Não importa o jeito, a bola tem de chegar lá. E, a partir disso, cada um vai aperfeiçoando a sua técnica. Nos treinamentos, você aprende a ter equilíbrio, a deixar a bola centralizada no seu alto da cabeça, tudo isso ajuda. Colocar velocidade para conseguir quebrar a questão do bloqueio. Você consegue dar uma olhadinha, canto de olho, para ver a movimentação do central. E tem a parte emocional, de saber quem está bem no jogo na hora de levantar.
Do outro lado, o Praia apostou suas fichas em Carli Lloyd. A americana, que havia atuado no Barueri na temporada passada, foi contratada com o status de uma das levantadoras mais habilidosas do mundo. Se é nas mãos que o talento se exibe, recai sobre os pés o movimento para que tudo dê certo.
– Para mim, uma das coisas mais importantes é ver como vem o passe. Se eu vejo, consigo saber qual movimento fazer. O mais importante é ter os pés debaixo da bola. E conseguir tocar a bola sempre da mesma posição, ao meio, acima da cabeça. Mais vezes eu conseguir fazer isso, mais precisa eu vou conseguir ser – disse.
Titular da seleção americana, a jogadora demorou um pouco a entrar no ritmo. Aos poucos, porém, se entrosou com as atacantes da equipe e fez o time de Uberlândia evoluir. Agora, tenta dar um passo à frente para conseguir forçar o terceiro jogo.
– Vai ser mais uma partida difícil, com certeza. O último jogo, eu acho, foi um grande jogo de vôlei. Tenho muito orgulho do jeito que nós lutamos. Espero que seja a mesma atmosfera, porque o ginásio em Belo Horizonte foi incrível. Estou animada. Em uma final, tudo pode acontecer. Sempre falamos isso. É o fim da temporada, e vamos colocar todo o nosso esforço. Vamos deixar tudo em quadra – disse a americana.
A promessa é de casa cheia. Na manhã de quinta-feira, a organização confirmou que todos os ingressos haviam sido vendidos para a partida no Sabiazinho. O Praia, porém, não deverá contar com Fernanda Garay. A ponteira, que sofreu uma torção no pé direito, chegou ao treino de quinta-feira de muletas. Ainda assim, Paulo Coco disse que vai esperar pela jogadora até o último minuto.
Fonte: Globo esporte
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