Cinco lutadores brasileiros entraram nos playoffs de duas categorias da Professional Fighters League (PFL) nesta sexta-feira, em Nova Orleans, mas somente um deles continua com chances de conquistar o prêmio de US$ 1 milhão que será pago aos vencedores do torneio. O nome dele é Philipe “Monstro” Lins, que vai disputar o título dos pesos-pesados contra Josh Copeland no evento final da temporada, dia 31 de dezembro, em Nova York.
Caião Alencar, Alexandre Bezerra e Francimar Bodão ficaram pelo caminho nas quartas de final. Já Alexandre Capitão avançou às semifinais, onde perdeu pela segunda vez para o americano Steven Siler, primeiro cabeça de chave no torneio peso-pena. Novamente, a luta teve controvérsia: o lutador manauara acertou uma pedalada na cabeça do adversário quando este estava sobre quatro apoios, o que configura “lutador caído” e golpe ilegal, e acabou desclassificado no segundo round.
Philipe Lins foi quem menos se cansou nas quartas de final. O potiguar só precisou de 1m09s para finalizar seu conterrâneo Caio Alencar com uma guilhotina. A semifinal, porém, foi muito mais difícil. Jared Rosholt encurtou a distância desde o início. Lins defendeu a primeira entrada de queda, mas o americano insistiu e logo o derrubou. Rosholt dominou o primeiro round, com duras joelhadas nas coxas do brasileiro. Lins ainda ameaçou um triângulo, mas saiu do assalto em desvantagem. O segundo round, no entanto, foi completamente diferente. O potiguar rechaçou os ataques de Rosholt com socos, o abalou com um gancho de esquerda e o derrubou com um overhand de direita. A partir daí, foi só desferir marretadas na cabeça até o árbitro encerrar a luta, aos 45s do segundo assalto.
– Eu sabia que ele ia ficar cansado depois do primeiro round, e depois disso eu só precisava de um soco. Ouvi o que meus córneres disseram e aqui estamos. Serei um milionário em dois meses – declarou Lins.
Ele terá pela frente a grande surpresa do torneio: Josh Copeland, apelidado de “Ursinho Carinhoso”. O lutador não teve nada de carinhoso nesta sexta-feira: com uma forma bem mais esbelta que a que apresentou em sua época de UFC, o americano mostrou uma postura diferente contra Francimar Bodão, primeiro cabeça de chave da categoria, nas quartas de final. Copeland comandou as ações no primeiro round, acertou mais golpes e venceu por 10-9 nas pontuações de todos os três árbitros. Bodão melhorou o suficiente para vencer o segundo round e empatar a luta. Contudo, as lutas das quartas de final tinham apenas dois rounds, e o critério de desempate era que o vencedor do primeiro round seguia adiante.
Com isso, Copeland avançou para encarar Alex Nicholson, quinto colocado na temporada regular. Nicholson, que buscava uma revanche contra Lins, começou melhor e abriu um corte no supercílio do compatriota com um soco rodado. Ele sentiu o “cheiro de sangue” e partiu para cima desgovernado, e acabou levando um cruzado de direita certeiro. Nicholson caiu nocauteado e apagado a 1m27s do primeiro round, e o oitavo cabeça de chave avançou à final para enfrentar Philipe Lins, terceiro colocado na temporada regular.
Alexandre Capitão conseguiu seu primeiro objetivo na sexta: uma revanche contra o primeiro colocado Steven Siler, que o derrotou de forma controversa durante a temporada. Para isso, o brasileiro superou o chinês Juma Tuerxun por decisão majoritária (20-18, 20-18, 19-19) nas quartas de final, enquanto Siler empatou com o argentino Nazareno Malegarie (triplo 19-19), mas avançou por ter vencido o primeiro round, primeiro critério de desempate.
Capitão foi para cima de Siler desde o início. No entanto, deixou brechas e levou duros golpes, incluindo uma mão direita que abriu um corte sobre seu olho esquerdo. A partir daí, o manauara passou a buscar o jogo agarrado. Ele chegou às costas do adversário, mas Siler o fez cair para a frente e ficou por cima. Capitão conseguiu se recolocar em pé e passou a investir nos chutes baixos. Ele terminou o round com uma queda.
O brasileiro voltou melhor no segundo assalto, com bons chutes e um bom cruzado de direita. No entanto, Capitão tentou entrar nas pernas para derrubar, mas Siler defendeu e ficou por cima. O brasileiro deu uma pedalada certeira no queixo quando o americano estava sobre quatro apoios, ajoelhado. Siler reclamou e, antes de o árbitro interromper, Capitão desferiu um soco na cabeça do adversário. O americano não teve condições de retornar, o combate foi encerrado, e Capitão foi desclassificado. Siler foi muito vaiado.
– Eu fui abalado, ele me acertou. É uma luta. Achei que estava vencendo a luta, aí ele me pegou, eu acordei… Não foi o chute, foi o soco – justificou Siler, chateado com a forma como a luta terminou.
Siler enfrentará seu compatriota Lance Palmer na final, num confronto entre o primeiro e o segundo classificados entre os penas. Na semifinal, Palmer impôs a primeira derrota da carreira de compatriota Andre Harrison, que havia eliminado Alexandre Bezerra nas quartas, ao dominar os dois rounds finais da luta com seu wrestling. Ele saiu vencedor por decisão unânime (30-27, 29-28, 29-28).
Fonte: Globo esporte
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