No aeroporto senador Petrônio Portella, em Teresina, Vinicius Elias era facilmente localizado. O grandalhão de 2m04, que tenta entrar na lista final da seleção brasileira sub-19 de vôlei para disputar o Sul-Americano da categoria, se despede do pai Mauro, pedreiro, e da mãe Márcia, professora, além do técnico William Viera, embarcando para ficar mais perto dos sonhos. Recém-contratado pelo Sesi-SP, o gigante deixou a capital do Piauí feliz pela assinatura com o time paulista. E é no vôlei que ele deseja realizar o sonho da mãe, de ter uma casa própria.
– Assinei um contrato de três anos com o Sesi-SP, isso deixou minha família muito feliz, o que é muito importante. Cheguei lá, treinei três dias seguidos e eles assinaram o contrato comigo. Sempre tive muita vontade e a força deles (família) aumentou minha vontade. Tenho um sonho de dar uma casa para minha mãe e isso me fez querer ainda mais essa carreira. O sonho está começando a se realizar e isso vem me dando ainda mais forças – narrou.
Vinicius jogava futsal até ser visto pelo treinador William Viera, que comanda um projeto em Timon, cidade vizinha a Teresina. Ele está no grupo de 16 atletas que realiza em Saquarema, no Rio de Janeiro, a última etapa de treinos com a seleção brasileira sub-19. Desse número, quatro serão cortados, e Vinicius pretende estar no time.
– É muito bom viajar e voltar para ver a família nesse momento de grande importância. Isso renova minhas energias para voltar e buscar mais essa vaga na seleção. Agora vou buscar essa vaga para o Sul-Americano. Estou entre os 16, e com fé em Deus vou ficar entre os 12. Estou muito feliz. Na seleção tive uma rotina de treinos mais puxados e agora estão ainda mais intensos. No começo era um treino por dia, agora dois com três horas cada treino. E a tendência da carga é só aumentar para a evolução ser maior – relatou o ponteiro.
– Éramos 30 atletas e hoje somos apenas 16 para no fim ficar apenas 12, que serão os convocados para o Sul-Americano. Esse é o campeonato mais importante para o Brasil na categoria porque estamos há três ou quatro anos sem ganhar. Temos essa missão de disputar bem o campeonato e classificar o Brasil para o mundial – completou o atleta.
Quando foi descoberto na rua, Vinicius tinha 1m90 de altura, com 14 anos. Não passou despercebido – nem poderia, pela altura – pelo treinador William, que o puxou para o vôlei.
– Tem dado tudo certo. Acompanho Vinicius desde o inicio, tenho passado que continue com garra e determinação. Falta pouco para representar o Brasil no Sul-Americano. Ter assinado contrato com o Sesi-SP foi muito importante. Estou levando mais dois atletas para realizarem testes, conseguimos provar que no Piauí temos atletas, um trabalho de qualidade, profissional, podemos fazer um trabalho de alto nível – disse o treinador de Vinícius, que conclui:
– Sou um pouco tímido, mas no vôlei aprendi a ser mais extrovertido. Faz dois anos e oito meses que jogo, e nesse período venho me dedicando e me esforçando para aquilo que almejo no futuro: ser jogador profissional.
Fonte: Globo esporte
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