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PF pediu prisão preventiva do ex-governador de Goiás; Justiça negou

A Polícia Federal chegou a pedir à Justiça a prisão do ex-governador de Goiás José Eliton (PSDB) no âmbito da Operação Decantação, investigação sobre desvios milionários da Companhia Saneago (Saneamento de Goiás). A Justiça autorizou apenas buscas contra o tucano, que também foi vice do ex-governador Marconi Perillo (PSDB).

A Decantação, deflagrada nesta quinta-feira (28) identificou planilhas de voos em material apreendido na empresa Terra Forte Construtora, controlada por Carlos Eduardo Pereira da Costa. Os dados apontaram que a aeronave PR-FKY da empresa Sanefer, também controlada pelo executivo, foi usada entre 2012 e 2014 pelo então vice-governador e secretário de Segurança Pública, José Eliton, e pelo chefe de gabinete Luiz Alberto de Oliveira.

“O dinheiro repassado por José Eliton diretamente da SSP/GO para pagamento das empresas de Carlos Eduardo retornaram ao primeiro, a título de propina, através de doações eleitorais para campanha do PSDB e de Marconi Perillo, inclusive na forma de empréstimo da aeronave”, destacou o juiz Rafael Ângelo Slomp, da 11.ª Vara Federal de Goiânia.

Segundo a investigação, Luiz Alberto de Oliveira “era o responsável por agendar reuniões entre Carlos Eduardo e José Eliton para liberação de recursos da SSP/GO à Saneago”.

A Decantação destaca que os recursos eram transferidos imediatamente à Sanefer pela estatal, “possivelmente por determinação de José Eliton. Posteriormente, parte do referido valor seria repassada a Luiz Alberto via cessões de crédito”, narra o magistrado.

Rafael Ângelo Slomp pontua que o empresário Carlos Eduardo Pereira da Costa doou, pessoalmente, e por meio de suas empresas Hidrobombas, Sanefer e Terra Forte, “recursos para campanhas eleitorais nos anos de 2008 a 2014, totalizando o montante de R$ 3,878 milhões”.

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Deste total, R$ 440 mil foram transferidos pela Sanefer à campanha de Marconi Perillo ao Governo de Goiás em 2014, de quem José Eliton era vice.

O Ministério Público Federal foi contrário ao pedido de prisão de Eliton. Segundo o procurador da República Hélio Telho, “embora haja fundadas suspeitas de que integre a organização criminosa e tenha efetivamente agido para beneficiar a empresa Sanefer possivelmente em troca de propina, a deflagração desta operação só será realizada no início de 2019, por questões de logística e de impossibilidade técnica”.

“As informações até então obtidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal demonstram que José Eliton praticou os crimes que ora lhe são imputados na qualidade de vice-governador, cargo que lhe conferia amplos poderes e possibilidade de ingerência no Governo do Estado. Governador desde abril de 2018, o investigado permanecerá no cargo somente até 31 de dezembro deste ano. Assim, a decretação de sua prisão preventiva em 2019 não se mostra oportuna, uma vez que o investigado já não exercerá função política no governo”, argumentou a Procuradoria da República.

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“Diferentemente de Robson Borges Salazar, que se mantém junto à Saneago, José Eliton não exercerá, ao menos a princípio, função pública que lhe possibilite continuar atuando na organização/associação criminosa. Acrescenta-se que as provas coligidas aos autos até o presente momento não demonstram satisfatoriamente a participação de José Eliton na prática de lavagem de capitais. Os relatórios de análise de material apreendido e as informações policiais indicam, na realidade, que houve pagamentos irregulares, quiçá superfaturados, à empresa Sanefer, possivelmente em troca de propina, na forma de doação eleitoral.”

O juiz decretou a prisão temporária de Luiz Alberto de Oliveira, Gisella Silva de Oliveira Albuquerque, Carlos Eduardo Pereira da Costa, Nilvane Tomás de Sousa Costa e Robson Borges Salazar por cinco dias.

Defesa

A reportagem está tentando localizar a defesa do ex-governador de Goiás José Eliton. O espaço está aberto para manifestação.

Fonte: R7


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