O impacto de todas as polêmicas envolvendo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desde que ele assumiu o poder, no início de 2017, será avaliado nas eleições parlamentares, em 6 novembro próximo, quando, no meio do mandato presidencial, serão renovadas as bancadas da Câmara dos Representantes (Deputados) e do Senado.
A equipe de Trump já tem em mente que a probabilidade de uma derrota dos republicanos é grande. Mas, neste momento, a expectativa é para que as investigações do procurador Robert Mueller, a respeito da possível influência da Rússia nas últimas eleições presidenciais, não potencializem uma derrota que tradicionalmente é normal, conforme afirma o professor Márcio Coimbra, coordenador do Curso de Relações Internacionais do Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais) de Brasília.
“As eleições no meio de mandato tradicionalmente resultam em uma derrota para o partido que está no comando da Casa Branca. A probabilidade é esta, mas tem que ver que tipo de derrota ele (Trump) deverá colher, qual a extensão, se será na Câmara, no Senado ou até mesmo em ambos.”
As eleições são por voto distrital e realizadas após primárias para a inclusão de candidatos na cédula. Mas o que mais impulsiona as costumeiras derrotas dos presidentes é o fato delas serem facultativas. Como os eleitores têm direito de escolher se votam, a tendência é de que os descontentes com o governo se mobilizem mais.
Tal fenômeno, segundo a professora de História da Universidade de Nova York, Barbara Weinstein, aponta para derrota de Trump na Câmara. Neste momento, os republicanos têm a maioria da casa, com 235 deputados entre as 435 cadeiras.
A questão é saber se ele será derrotado também no Senado, o que o enfraqueceria intensamente. No momento, os republicanos ocupam 51 cadeiras e os democrats ocupam 47. Duas cadeiras são ocupadas por deputados independentes.
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É por isso que, segundo a professora, os republicanos têm, apesar de algumas exceções, se mobilizado para neutralizar qualquer acusação contra o presidente. Desde a afirmação de que houve influência russa nas eleições, até as denúncias de pagamento pelo silêncio de mulheres que afirmaram ter tido um caso extra-conjugal com Trump.
Nem mesmo o barulho de alguns de seus pares, após ele ter negado influência da Rússia, contrariando os serviços de inteligência, e depois ter voltado atrás nas declarações, tem desmobilizado os republicanos em torno do presidente. Weinstein garante que ele continua com o apoio da maioria do partido.
“Os republicanos vão fazer tudo por enquanto para negar acusações de colaboração e intimidação de investigadores. Existe agora um ou outro republicano que faz críticas abertamente, mas ainda é um grupo muito reduzido, porque a base do partido continua muito enamorada de Trump, totalmente fascinada por esta política.”
Fonte: R7
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