- Política

Procuradores reagem e temem desgaste da PGR com especulação do nome de Aras para o STF

A fala do presidente Jair Bolsonaro de que o procurador-geral da República, Augusto Aras, é cotado para uma eventual vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) causou forte reação em todos os setores do Ministério Público Federal. Procuradores e subprocuradores ouvidos pelo blog temem que esse movimento de Bolsonaro cause forte desgaste para a imagem da instituição.

Há uma espécie de rebelião na Procuradoria-Geral da República (PGR) da relação mantida por Aras com Bolsonaro, num momento em que ele é responsável por investigações que atingem o presidente. Na segunda-feira (25), já tinha causado forte desconforto o fato de o presidente ter se convidado para ir pessoalmente encontrar Aras na sede da PGR.

“Essa fala do Bolsonaro, oferecendo a vaga ao Aras, é algo de inacreditável. Enfraquece muito a PGR e coloca sob suspeição as investigações que podem atingir o presidente. Aras deveria ficar distante dessa relação política”, criticou um experiente subprocurador da República.

Já há um movimento entre procuradores para pressionar a mudança na legislação para instituir a obrigatoriedade da lista tríplice para a escolha do PGR. Atualmente, a lista é apenas uma tradição.

Já no Congresso, há uma discussão sobre o fim da recondução do PGR e uma espécie de quarentena depois do mandato para poder ser indicado para outro cargo, como para ministro do STF.

Nesta quinta-feira (28), durante transmissão ao vivo por uma rede social, Bolsonaro afirmou que Aras pode ser um nome “forte” para assumir uma vaga no STF.

Para isso, segundo Bolsonaro, seria preciso que uma terceira vaga fosse aberta. Até o fim do atual mandato presidencial, em 2022, dois ministros se aposentarão por idade: Celso de Mello e Marco Aurélio Mello. O presidente diz que Aras não está cotado para essas vagas.

“Tem uma vaga prevista para novembro, outra para o ano que vem. O senhor Augusto Aras, nessas duas vagas, deixo bem claro, não está previsto o nome dele. Eu costumo dizer que tenho três nomes – que não vou revelar – que eu namoro para indicar para o Supremo Tribunal Federal. Um vai ser evangélico, é um compromisso que eu tenho com a bancada evangélica”, afirmou o presidente.

“Se aparecer uma terceira vaga – espero que ninguém ali desapareça – mas o Augusto Aras entra forte para essa vaga aí”, disse.

Mas o blog apurou que, no Palácio do Planalto, Bolsonaro tem estimulado a especulação sobre o nome de Aras, inclusive para a segunda vaga. Sempre condicionando essa indicação com o desempenho de Aras nesses próximos meses. Aras já se manifestou contra a apreensão do celular de Bolsonaro e teve uma posição mais restritiva do que a AGU sobre a liberação do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril.

Fonte: G1


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