A mancha de poluição atual do rio Tietê é de 122 km e se estende de Itaquaquecetuba, na região metropolitana, a Cabreúva, no interior de São Paulo. É o que aponta o relatório “Observando o Tietê 2018”, divulgado nesta sexta-feira (21) pela Fundação SOS Mata Atlântica. Do ano passado para cá, houve uma diminuição de 8 km da mancha. A mancha corresponde a 10,6% do total de extensão do Rio Tietê, que é de 1.150 km.
Trata-se da quarta diminuição seguida da mancha de poluição. No entanto, ela se mantém muito mais extensa do que os 71 km de trecho de rio morto, melhor marca já alcançada pelo maior rio paulista, contabilizados pela ONG em 2014 .
O relatório, elaborado com dados de monitoramento da qualidade da água do Tietê coleados entre setembro de 2017 e agosto de 2018, mostra que o recuo da mancha de poluição tem sido lento desde que os investimentos da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) foram fortemente impactados pela crise hídrica, que provocou reflexos no abastecimento de água da capital paulista e outras cidades da Grande São Paulo, entre 2014 e 2015.
Extensão da mancha do Rio Tietê
2010 – 243 km
2011 – 240 km
2012 – 240 km
2013 – 177 km
2014 – 71 km
2015 – 154,7 km
2016 – 137 km
2017 – 130 km
2018 – 122 km
No relatório, a Fundação SOS Mata Atlântica destaca que, “para avanços efetivos e mais céleres nos indicadores do Projeto Tietê, é fundamental que a gestão do saneamento básico seja integrada com as ações de uso e ocupação do solo em todos os municípios da bacia hidrográfica e que a gestão seja coordenada pelo Estado, com ampla participação da sociedade, dos usuários da água e dos municípios”.
Investimento no projeto de despoluição do rio Tietê
2014 – R$ 635.561.482,80
2015 – R$ 421.435.413,00
2016 – R$ 381.298.707,00
2017 – R$ 416.618.698,80
(Valores corrigidos pela inflação do período – IPCA)
Fonte: Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de SP)
De acordo com o estudo, “rios e águas contaminadas são reflexo da ausência de instrumentos eficazes de planejamento, gestão e governança. Refletem a falta de saneamento ambiental, a ineficiência ou falência do modelo adotado, o desrespeito aos Direitos Humanos e o subdesenvolvimento”.
Neste sábado (22), comemora-se no Estado de São Paulo o Dia do Rio Tietê. Data foi instituída por uma lei estadual sancionada em abril de 1992.
O que diz a Sabesp
Em nota, a Sabesp diz que “a análise da Fundação SOS Mata Atlântica comprova os resultados dos investimentos da Sabesp para a redução da mancha de poluição do rio Tietê. Desde o início do Projeto Tietê, em 1992, a mancha diminuiu 408 km – era de 530 km, até Barra Bonita, e agora está em 122 km, em Cabreúva”.
“A diminuição de 8 km no trecho poluído, indicada no relatório deste ano, deve-se às 8 toneladas de esgotos por dia que passaram a ser tratados na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Barueri. No ano passado, a Sabesp aumentou a capacidade de tratamento dessa estação de 9 mil litros de esgoto por segundo e para 12 mil L/s.”
“Cabe destacar também que essa é a menor extensão da mancha de poluição já registrada, excetuando-se a medição de 2014. Naquele ano, como não choveu (pico da crise hídrica), a sujeira jogada nas ruas não foi levada para dentro dos rios. A mancha foi artificialmente reduzida porque essa poluição não foi levada pela chuva para dentro do rio. Em 2015, quando alguns meses tiveram um pouco mais de chuva (principalmente fevereiro e março), a poluição que estava nas ruas havia mais de um ano foi parar dentro do Tietê. Além disso, por conta da crise hídrica, foram priorizados investimentos em água. Mas a Sabesp manteve obras de tratamento de esgoto, como a ampliação da ETE Barueri.”
Fonte: G1
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