Ainda restam quatro treinos na semana, com um provável mistério alimentado por Odair Hellmann até minutos antes de a bola rolar no Beira-Rio, no domingo, contra o Vitória, pela 27ª rodada do Brasileirão. Mas D’Alessandro se vê prestes a matar a saudade do time titular do Inter. Após quase cinco meses, o argentino é o franco favorito para substituir Patrick, suspenso pelo terceiro cartão amarelo.
Talvez até o torcedor mais fervoroso pelo gringo tenha de buscar na memória para lembrar: a última vez em que D’Ale começou uma partida ocorreu em 6 de maio, na derrota por 2 a 0 para o Flamengo, no Maracanã, pela quarta rodada da competição. E é como se o clube tivesse passado por uma reviravolta de lá para cá.
À época, o resultado acentuou a severa turbulência que tomara conta do ambiente do clube e que quase custou o cargo de Odair Hellmann, devido às eliminações na Copa do Brasil e no Gauchão e à arrancada oscilante no Brasileirão.
Além do revés no Maracanã, D’Alessandro se envolveu em confusões com Vinicius Júnior e Lucas Paquetá que lhe renderam a primeira suspensão na competição. A segunda veio justamente no confronto seguinte, o 0 a 0 no Gre-nal da Arena, em que o argentino ficou no banco, devido a um desconforto muscular, mas ainda assim protagonizou um tumulto com Luan.
Foi o princípio de uma série de contratempos, somada ainda à entorse no tornozelo direito, após entrada dura de Camilo em um treinamento. Mas os longos nove jogos de ausência dos gramados, por incrível que pareça, trouxeram um respiro positivo à equipe. A antiga “D’Aledependência” findou. Sem D’Ale, a equipe encontrou um padrão de atuação e trocou o flerte com a parte de baixo da tabela com o protagonismo na briga pelo título do Brasileirão.
D’Alessandro só voltou a participar de uma partida no dia 23 de julho, quando entrou no lugar de Rossi e ajudou o Inter a superar o Ceará por 1 a 0 no Beira-Rio, ao participar da origem do lance do gol. A partida serviu de ponto de partida para seu status atual, de alternativa no banco de reservas. Algo que o gringo aceita, até por sua liderança, mesmo que não seja a situação ideal, à qual está acostumado no Brasileirão.
– Não falarei que gosto de ficar no banco. Gosto e quero jogar, mas é uma situação diferente, que tinha que mostrar para o grupo. Não estou desconfortável, mas o treinador precisava da minha ajuda também – afirmou o argentino em entrevista à ESPN.
Mesmo no banco de reservas, D’Ale mantém intacto seu status de ídolo da torcida e de referência anímica do elenco. O argentino é elogiado recorrentemente por companheiros e pelo técnico por sua dedicação nos treinamentos e pelo zelo para manter o grupo concentrado nos objetivos do ano.
“Não tem muito o que falar sobre o D’Alessandro. Tem história muito bonita. É capitão da equipe. É meu companheiro de quarto. A gente sempre acaba trocando uma ideia. Fico feliz de ter essa relação muito boa com ele” (Rodrigo Dourado)
Desde o embate com o Flamengo, o Inter disputou 22 partidas no Nacional. D’Ale participou de 10, ou 45% delas, e sempre ao entrar no decorrer das partidas. O aproveitamento do Colorado em sua ausência elucida como a equipe conseguiu se adaptar coletivamente sem sua presença em campo (veja abaixo).
No próximo domingo, porém, a tendência é de que o gringo esteja em campo para reverter esta marca. O próprio Patrick deixou escapar que D’Alessandro deve ser seu substituto, ao dizer que a torcida sempre pede o camisa 10, em entrevista após empate em 1 a 1 com o Corinthians. Além do argentino, Camilo e Rossi são opções de Odair.
– Não vou fazer muita falta, não. O D’Alessandro vai jogar muito bem, vai fazer a parte dele, tem qualidade para isso. É a torcida que está escalando – disse Patrick.
À espera da confirmação de Odair, o Inter enfrenta o Vitória no domingo pela 27ª rodada do Brasileirão, às 16h, no Beira-Rio. Atualmente, os gaúchos estão em terceiro com 50 pontos, empatado com o Palmeiras, mas atrás em razão do saldo de gols (21 a 17). O líder é o São Paulo, que tem 51.
Fonte: Globo esporte
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