- Cultura

“Cidades de Puro Nada”, novo livro do poeta Aldísio Filgueiras

A Editora Valer e a Livraria Leitura irão lançar, no dia 04 de outubro, às 18h, o livro “Cidades de Puro Nada”, do jornalista e poeta Aldísio Filgueiras. O evento será realizado no espaço da Livraria Leitura, no Amazonas Shopping, segundo piso, loja 420.

O novo livro de Aldísio Filgueiras, “Cidades de Puro Nada”, é um marco na sua produção poética. Trata-se de uma obra fundamental em termos de elaboração estética, com uma linguagem inventiva e contundente sobre a temática urbana na Amazônia, tendo como foco o surgimento das cidades e suas metamorfoses.

O livro atesta a maturidade poética de Aldisio Filgueiras – o domínio do verso e o apuro crítico no tratamento do temas. “Cidades de Puro Nada“ foi estruturado como um poema longo, com sequências e desdobramentos temáticos sobre a vida urbana na Amazônia e o seu significado social e histórico. O poeto reflete igualmente sobre o impacto das cidades de puro nada, as cidades amazônicas, na vida dos indivíduos.

Opiniões

Segundo o escritor José Almerindo Rosa, o jornalista e poeta Aldisio Gomes Filgueiras, nascido em Manaus no dia 04/11/1047, é jornalista e poeta de temática urbana. Para Márcio Souza ele é “O poeta dos estilhaços da amazonidade”. Aldisio é o autor do conhecido poema Porto de Lenha. Este encontra-se em A República Muda e ganhou música de Torrinho (1991, com uma pequena alteração no 4º verso: “Com uma cara sardenta”. Antes, porém, este texto apareceu em Dessana, Dessana (1975), peça teatral feita em parceria com Márcio Souza.

A obra A República Muda é composta de 3 poemas: A República Muda; Baladas, canções e festinhas de stress e O poeta vai à luta. Para o prefaciador do livro, Ricardo Maia, “O discurso urbano surge em toda a sua força e transitoriedade, tanto na temática, obsessivamente centrada na imagem da cidade…” como também possui “versos curtos e sincopados, imitando o ritmo da vida urbana”.

Em Malária e outras Canções Malignas (1975), o primeiro poema, Malária, uma ária do mal, éum jogo de palavras, sinais, números e apresenta um delírio próprio da malária. As palavras soltas e fragmentadas traduzem o estado doentio da doença endêmica e das influências que atingem o amazônida, pois conforme escreve o poeta, “7- a tragédia é o seu signo / 8- no umbigo do mundo / 9- fogo-fátuo / 10- chega o todo ou tudo parte / 11- fôlego: chega o porto”. Aldisio enumera os fragmentos, ora versos, ora estrofes, de 1 a 123.

Lourival Hollanda, no prefácio a Manaus, as muitas cidades (1994, p. 7) reconhece o poder criativo do poeta, constata que “Poesia é, portanto, uma aposta. Na vida.” e que Aldisio dá “ao verso virulência de vitupério profético.” Ainda ressalta: “O verso ácido de Aldisio Filgueiras disfarça a ternura em crueldade.” Os versos estilhaçados, sincopados, rítmicos de Aldisio continuam, desarrumadamente, brotando nestas e em outras novas páginas. São versos que possuem datas, porém não são datados. De 1965 a 2017 o poeta poetiza o que sente.

Além das obras citadas, produziu outros livros de poemas: Celebração do Verão (1997); A dança dos fantasmas (2001); Nova subúrbios (2008). Sérgio L. Pereira, na orelha de Nova subúrbios, considera Aldisio como “o filho mais agarrado umbilicalmente à cidade-zona-franca onde nasceu, seja física ou espiritualmente, seja em verso ou em prosa, seja na defesa diária de Manaus que tanto ama, seja na crítica – mordaz e destrutiva – à urbe arrogante e hipócrita que ele combate.”

A Cidade do puro nada, que trata do humano, do rio, da terra, das casas – palafitas – e das cidades é um longo poema circular, o qual, talvez, não venha para nos alegrar mas para nos pôr em estado de alerta. O poema, desde a sua gestação, sem “era uma vez” e sem “final feliz”, surge “no vazio / do mundo” e pretende “começar um começo / novo contido / entre a calçada alta / da rua / e a margem rasa do rio.” É o viver da maioria da humanidade: entre a rua e o rio.

O substantivo espetáculo e o adjetivo espetacular significam o que atrai o olhar e prende a atenção. Sabendo-se disto, pode-se afirmar que a poesia de Filgueiras é espetacular. Nossa atenção fixa-se neste jorro de poesia que nossos olhos e cérebro vão captando nestes versos. Nós como os rios não nos fartamos de horizontes.

Fonte: Assessoria/ Valer


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