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Estudo apoiado pela Fapeam caracteriza mecanismos inflamatórios relacionados à tuberculose

Os mecanismos inflamatórios que atuam no desenvolvimento da tuberculose são o foco de uma pesquisa genética apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), por meio do Programa de Bolsas de Pós-Graduação em Instituições fora do Estado do Amazonas (PROPG-AM). A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que um terço da população mundial esteja infectada, com risco de desenvolver a qualquer momento a doença, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis (Mtb).

Realizado pelo doutor em Imunologia, Dhemerson de Lima, desenvolvido na Universidade de São Paulo (USP), o estudo avaliou que a contribuição de uma estrutura formada por proteínas conhecida como inflamassoma, ativada quando as células do sistema imunológico recebem sinais de estresse (bactéria ou vírus), mostrou resposta à infecção causada pela Mtb, caracterizando os mecanismos inflamatórios relacionados ao desenvolvimento da tuberculose.

Dhemerson de Lima afirma que os estudos desenvolvidos no projeto são essenciais para potenciais marcadores imunogenéticos de proteção e/ou risco para o desenvolvimento da tuberculose.

“Esses achados do projeto podem auxiliar na melhor compreensão dos mecanismos envolvidos no desenvolvimento da doença na população que reside em uma região endêmica, bem como indicadores que possam esclarecer os motivos das elevadas taxas de tuberculose no estado do Amazonas”, assinala.

O pesquisador explica que o estudo lança mão de técnicas principalmente imunológicas para comprovar o efeito funcional dos resultados obtidos da genética do inflamassoma. “Com isso, combinamos a genética do indivíduo para mostrar o perfil de ativação do sistema imune, dessa maneira mostrando o quanto a genética afeta a resposta contra a bactéria”, conta.

O pesquisador destaca que os indivíduos que residem em região endêmica para tuberculose são expostos a uma gama de patógenos e a virulência de Mtb, que têm papel essencial para determinar o nível de ativação do inflamassoma. Combinado com a genética do inflamassoma isso pode determinar a suscetibilidade ou resistência.

O estudo teve orientação da professora doutora Alessandra Pontillo, e a colaboração da professora doutora Aya Sadahiro da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e do doutor Mauricio M. Ogusku do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). O artigo publicado está disponível em https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fimmu.2020.550624/full.

Aplicabilidade – Foi executado um estudo de associação genética do tipo caso/controle em 640 indivíduos (utilizamos DNA genômico). Desse número, 288 são pacientes com tuberculose pulmonar ativa primária e 64 com tuberculose extrapulmonar.

Segundo o pesquisador, os pacientes com tuberculose foram recém-diagnosticados, com resultados positivos para os exames bacteriológicos de baciloscopia, cultura e/ou geneXpert. Todos os pacientes foram recrutados na Policlínica Cardoso Fontes, unidade da rede estadual de saúde de referência em pneumologia sanitária, em Manaus.

“O grupo controle foi constituído de 288 indivíduos sem sinais clínicos de tuberculose e com resultados negativos para os exames bacteriológicos de baciloscopia, cultura e/ou geneXpert. Para os testes funcionais, realizamos a análise da ativação do inflamassoma em macrófagos humanos primários desafiados com cepas diferentes de Mycobacterium tuberculosis”.

No Amazonas – Dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) no Amazonas apontam 1.923 casos novos de tuberculose no período de janeiro a agosto de 2020. Desse total, 1.420 casos (73,8%) foram registrados em Manaus, e os demais, distribuídos nos outros 61 municípios do estado.

Houve baixa oscilação no número de casos novos de tuberculose na comparação de janeiro a agosto de 2020, com o mesmo período do ano passado. Em 2019, 2.198 casos novos foram registrados no estado, sendo 1.586 (72,2%) na capital.
PROPG – O programa tem como objetivo conceder bolsas de mestrado e doutorado a profissionais graduados, residentes no estado do Amazonas interessados em realizar curso de pós-graduação stricto sensu, em Programa de Pós-Graduação recomendado pela Capes em outros Estados da Federação.

Fonte: Divulgação


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