Ana Sátila viveu extremos nos últimos dois anos. Na Rio 2016, dentro de casa, ao lado da família, não conseguiu o esperado pódio. Um erro a tirou da final. E ela desabou, mas não desistiu. Um ano depois, renovada, conseguiu o maior feito da carreira até aqui. No Mundial de Pau, na França, subiu ao pódio por duas vezes, com a prata no K1 extremo e o bronze na canoa individual. A partir do dia 25 deste mês, a mineira vai reencontrar o Mundial. E a raia olímpica no Rio de Janeiro. Situações que trazem lembranças distintos, mas que ela espera, sejam sinônimo apenas de sorrisos ao fim da competição em corredeiras cariocas.
“Na época foi muito difícil. Mas a derrota ensina bastante e eu aprendi. Meus erros na Olimpíada me ajudaram muito mais como atleta. Mais do que se eu tivesse ganhado a medalha. Agora, venho em busca de uma medalha. Competir em casa é muito especial. Vou pegar essa experiência que tive com o Mundial na França e trazer ela aqui para o Rio. Vou dar meu 100%”
Nesta temporada, Ana ganhou medalhas em etapas da Copa do Mundo e quer seguir entre as melhores no Mundial, assim como fez na França. A experiência acumulada ao longo das temporadas e duas Olimpíadas a faz, mesmo com 22 anos, sentir-se segura qualquer que seja a situação.
– Não estou mais nervosa, ansiosa. Eu já passei por muita coisa, não consigo mais me abalar. Como eu disse, eu dei o meu 100% a cada dia, a cada treino. Estou muito contente com isso, só vou procurar continuar desse jeito até a competição. Eu sei que o meu trabalho está feito. Eu estou muito feliz até agora. Agora é só uma fase de preparação. A gente tem que continuar remando, se preparando. O trabalho já foi feito, eu só tenho que manter na água, ter um bom sentimento, estar feliz remando. E eu tenho esses sentimentos desde que cheguei aqui, desde o fim da temporada. Voltar para casa é muito especial. Vou ter minha família aqui presente. Até agora tudo tem dado muito certo. Espero que continue assim – diz Sátila.
Competir em casa, Ana revela, tem seu lado positivo, mas também uma pressão extra inevitável. Até o dia 24, os atletas treinam na raia de Deodoro. Do dia 25 ao dia 30, o Mundial acontece no mesmo local em que há dois anos foram disputados os Jogos Olímpicos. São cerca de 300 canoístas, de 40 países, com 11 brasileiros em ação.
– Competir em casa tem a parte boa, que é ter toda a estrutura de adaptação, ter a sua comida, seu horário de sono. Você já está adaptado com a rotina do seu país. Quando você viaja, isso muda completamente. Então é muito melhor nesse aspecto. O fator negativo é que, claro, você tem uma pressão a mais, por querer realmente trazer uma medalha para o seu país. Você tem toda a sua família, amigos, patrocinadores e todas as pessoas que te apoiaram, aqui, assistindo e você sabe que uma medalha em casa é especial. Então tem que encontrar um equilíbrio entre esses pontos, além de ter muita confiança em você como atleta. Ter em mente que você está ali, que treinou o suficiente e que vai colocar o seu melhor na competição. É isso que importa, independente de resultado – explica Ana Sátila.
Fonte: Globo esporte
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