Em pouco mais de 48 horas, Michael Rodrigues poderia dizer que deu a volta por cima. Que a confusão com o havaiano Tanner Hendrickson ficou no passado, após estrear com uma vitória no Pipe Masters. Mas não. O brasileiro ainda “respira” as fortes emoções dos últimos dois dias e diz que tudo o que aconteceu serve de aprendizado. Principalmente para um novato no Circuito Mundial de surfe.
– Eu tive o apoio de muita gente nesses dias. Minha mãe, coitada, ela não tem dormido. Sou um cara muito apegado à família. Tentei ficar fora das redes sociais, quem está tomando conta delas é o meu advogado. Eu tive apoio do Pinga, que é meu técnico, se surfistas como o (Leonardo) Fioravanti, Kanoa (Igarashi) e o Filipe Toledo, que são os mais próximos. Foi difícil esses dias. Mas eu consegui respirar. A gente tem que aprender com as lições da nossa vida. Cair na água depois de tudo isso, é aquela sensação de um cara que tá parado há muito tempo. É sempre muito bom surfar, e fazia tempo que eu não me sentia assim. Surfar Pipe com duas pessoas na água é incrível – explicou Michael, que derrotou na primeira rodada em Pipeline o americano Patrick Gudauskas e o brasileiro Willian Cardoso.
A forma como o vídeo da briga viralizou pegou Michael de surpresa. O brasileiro, que é conhecido no circuito como uma pessoa brincalhona, disse que vai tomar mais cuidado a partir de agora. Afinal, ano que vem ele não será mais um novato – rookie, em inglês.
– Tudo o que aconteceu serviu de lição. Isso é mais do que meu trabalho, é a minha vida. Eu tentei ser quem eu sou: extrovertido e brincar o ano inteiro para não ser rígido comigo mesmo no primeiro ano. Mas no próximo ano não vou ser mais rookie. Ano de rookie, é ano de aprendizagem. A gente erra bastante. Tem que pegar as críticas e os erros para amadurecer, e não errar novamente.
Michael também explicou como todo o desentendimento com o havaiano começou. Ele também elogiou a postura da Liga Mundial de surfe (WSL), que puniu Hendrickson com a exclusão de todas as competições até que uma investigação completa sobre o ocorrido seja feita:
– Todo mundo já sabia que isso ia acontecer. Começou em Huntington Beach, minha mãe já sabia. Quando eu vim para o Havaí, eu já sabia que isso tudo iria acontecer. Eu tava esperando. O Havaí é isso. A WSL agora está agindo da melhor forma. O surfe agora é um esporte olímpico. Isso aqui é o meu trabalho, o meu emprego, então a WSL está tomando as devidas providências.
Michael espera agora a disputa das repescagens, que podem acontecer nesta sexta-feira, a partir das 16h, no Havaí, para definir o seu adversário na terceira fase:
– Foi a primeira vez que eu passei a primeira rodada direto. Tem muita coisa rolando na minha cabeça agora, não quero pensar só no Pipe Masters. Estou usando isso como uma experiência, como tempo na água, e não como um campeonato. Quero ter cada vez mais tempo na água aqui em Pipe, já que no fressurf é difícil.
Fonte: Divulgação
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