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Vasco zera pela primeira vez com Ramon, mas pouco sofre contra o Grêmio e busca equilíbrio

O Vasco não é mais o líder do Campeonato Brasileiro, porém segue invicto e com melhor aproveitamento na competição (83,3%) – tem um jogo a menos do que o Internacional, primeiro colocado. Passou em branco pela primeira vez com Ramon Menezes, mas não sofreu gol e segue como defesa menos vazada (só levou gol na vitória por 2 a 1 contra o São Paulo, na terceira rodada).

O empate sem gols contra o Grêmio, no último domingo, em casa, foi um jogo pegado, fraco tecnicamente e com poucas chances de gol para os dois lados. Não merece comemoração, mas precisa ser citado como jogo que reforça uma característica constantemente cobrada por Ramon Menezes: “jogar como Vasco da Gama”.

Se pouco agrediu, o Vasco dificilmente foi agredido. É verdade que Alisson, do Grêmio, quase abriu o placar nos 45 minutos iniciais, mas parou em Fernando Miguel e na trave. Depois disso, o Tricolor Gaúcho, a exemplo dos donos da casa, pouco chegou à meta adversária. Também faltou poder de fogo ao time carioca. Praticamente nulo no primeiro tempo, o ataque vascaíno teve duas boas chances na etapa final, com Ricardo Graça e Vinícius. Mas ficou nisso.

– Todo mundo queria vencer, mas do outro lado também há um grande adversário, que nos respeitou muito. Jogamos novamente como Vasco da Gama – afirmou Ramon.

Se contra rivais mais fracos em âmbito regional sobrou nas finalizações (29 contra Madureira e 15 contra o Macaé), o Vasco caiu no quesito dentro Campeonato Brasileiro. Sempre foi inferior aos adversários nos quatro duelos disputados (veja abaixo), mas pouco sofreu também.

Apesar da inferioridade no número de finalizações, o Vasco vinha de três vitórias. Talvez porque a bola vinha chegando ao homem certo: Germán Cano. O argentino precisa de poucas chances para marcar. Não teve nenhuma contra o Grêmio. E a bola do jogo caiu nos pés do zagueiro Ricardo Graça, que chutou para longe, mesmo com o goleiro Paulo Victor vendido no lance.

Paulo Víctor sai errado, e bola sobra para Ricardo Graça, que chuta por cima, aos 15 do 2º tempo
Paulo Víctor sai errado, e bola sobra para Ricardo Graça, que chuta por cima, aos 15 do 2º tempo

Ricardo falhou no ataque diante do Grêmio, mas segue impecável na defesa, ao lado de Castan. Apesar de ter sido superado em finalizações, a boa atuação da zaga fez Fernando Miguel ser pouco exigido. Firmes nas disputas individuais e seguros pelo alto, os dois forçaram os rivais a abusarem dos arremates de fora da área, algo que se observou especialmente contra o Ceará, jogo no qual o Vasco finalizou apenas seis vezes, 15 a menos do que o adversário.

Time ainda peca na criação

“Enfrentamos um adversário muito forte e mostramos equilíbrio. Mostramos equilíbrio defensivo novamente, mas é preciso mostrar alternativas para melhorar a nossa fase ofensiva”, disse Ramon antes de projetar o jogo contra o Goiás, marcado para a próxima quarta-feira, na Serrinha, em Goiânia.

O Vasco, de fato, não tirou o hoje imaginário “uh” da torcida contra o Grêmio. Diante do Ceará, finalizou até menos, mas marcou e teve o impressionante aproveitamento de 50% (três gols em seis finalizações).

Nos jogos anteriores, o Vasco marcou sete vezes, cinco dentro da área e outros dois fora dela, com Fellipe Bastos. Um de falta e outro em arremate da meia-lua.

De olho no Goiás, Ramon busca variação de repertório, principalmente com o apoio dos volantes e o notório crescimento de Martín Benítez, que só oscilou justamente no empate com o Grêmio.

Ramon ganha novas opções

Se Ramon Menezes sofreu em função de o time ter criado menos neste domingo, ele pôde comemorar o retorno de duas peças importantes para o elenco neste domingo. O meia Bruno César seria titular na estreia do time no Brasileiro, nos 2 a 0 sobre o Sport, mas testou positivo para a Covid-19 e teve de se isolar por 10 dias. Entrou bem e melhorou o poder de criação. O atacante Vinícius, que sofreu lesão na panturrilha esquerda no fim de julho, substituiu Benítez e quase marcou em chute cruzado.

A dupla reaparece em uma semana importante, com jogo decisivo contra o Goiás, quarta, pela Copa do Brasil, e clássico diante do Fluminense, sábado, no Maracanã.

– Depois tivemos a entrada do Bruno César, que veio de um tempo sem trabalhar conosco, mas fazendo todos os trabalhos em casa e sendo monitorado. Também tivemos a entrada do Vinícius, que vai nos ajudar muito. É um jogador da amplitude com a profundidade. Saio muito satisfeito. Todo mundo queria vencer, mas do outro lado também há um grande adversário, que nos respeitou muito. Jogamos novamente como Vasco da Gama.

O Vasco não venceu, pouco criou, mas se afirmou. No Brasileiro, nenhum rival olhará o time de cima para baixo. Cabeça em pé, consciência das limitações e coragem para honrar a Cruz de Malta estão entre as exigências de Ramon para levar esse time à frente.

Fonte: Globo esporte


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