No último debate antes das eleições do primeiro turno, sete candidatos à Presidência da República criticaram a polarização do atual cenário eleitoral e destacaram alternativas para retomar o crescimento da economia brasileira.
Participaram do encontro promovido pela TV Globo: Alvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Marina Silva (Rede).
Jair Bolsonaro (PSL), que lidera as pesquisas de intenções de votos, foi orientado por uma equipe médica a não participar. Já Cabo Daciolo (Patriota), não foi convidado pela emissora por não ter representatividade mínima necessária exigida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Os candidatos que se colocam como centro, Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Henrique Meirelles (MDB) criticaram a polarização do atual cenário eleitoral, que tem como líderes de pesquisas candidatos da direita e esquerda.
“O Brasil vai viver quatro anos de completa instabilidade. Temos a oportunidade de fazer a diferença. Temos alternativas para poder fazer essa escolha”, disse Marina Silva ao ser questionada por Ciro Gomes se um governo eleito em meio a tensão política terá condições plenas de governabilidade.
Já Ciro Gomes, alertou que colocaria o tema da polarização várias vezes durante o debate.
“O que está em jogo aqui não é paixão partidária nem o ódio, mas 13 milhões de pessoas desempregadas, 30 milhões de brasileiros que saem de casa para viver de bico”, comentou.
Henrique Meirelles ao perguntar para Ciro Gomes, criticou a possibilidade do Brasil eleger um candidato por acreditar que o país precisa de um “salvador da pátria”.
“Há quase 30 anos o Brasil escolheu Collor, que se intitulava salvador da pátria. Inflação voltou, tudo terminou em desastre. Candidato, por que essa história de salvador da pátria sempre dá errado e termina em desastre?”, perguntou Meirelles. Na tréplica, o emedebista se colocou como uma alternativa ao leitor por ser Ficha Limpa.
O candidato do PT, Fernando Haddad, segundo lugar nas pesquisas, ouviu bastantes críticas durante o debate, principalmente por vincular a todo momento a candidatura ao ex-presidente Lula, que está preso. O petista se defendeu ao ser questionado por Marina Silva (Rede) sobre uma autocrítica que o PT deveria fazer sobre os governos anteriores.
“Eu estou me apresentando ao eleitorado pois represento um projeto que deu certo. Quando falam que Lula é radical e instituiu o ódio, quando isso? Lula abriu as portas do palácio do Planalto a todos os brasileiros e governou para os mais pobres”, enfatizou.
Guilherme Boulos (PSOL) e Geraldo Alckmin (PSDB) travaram em dois momentos um confronto sobre a reforma trabalhista. Boulos acusou o tucano de ser a favor de “tirar direitos trabalhistas”, já Alckmin disse que o partido de Boulos é a favor do “corporativismo”.
“Precisamos fazer diferenciação do que é o pequeno empresário, que precisa de apoio do governo e desburocratização, e o grande empresário. Esse recebe tapete vermelho, champanhe e benesses”, disse Boulos. O candidato do PSOL tambpem criticou a PEC do Teto dos Gastos, aprovada pelo governo Temer (MDB).
Alckmin aproveitou a questão sobre reforma trabalhista para também atacar o PT, estratégia que tem sido usada pela campanha do tucano.
“O Boulos, como o PT, defende o corporativismo. A reforma trabalhista foi necessária. Nenhum direito foi tirado e nem pode tirar. O que o Brasil precisa é voltar a crescer, temos que fazer reforma política, reforma tributária, reforma do estado”, disse Geraldo Alckmin.
Alvaro Dias também adotou a postura contra o candidato do PT e falou sobre corrupção. O candidato afirmou que o SUS (Sistema Único de Saúde) é “pífio” e criticou o programa Mais Médicos.
“Em matéria de saúde, vou instituir um médico federal ao invés do Mais Médicos, que é outra corrupção. Dinheiro que vai para Cuba”, comentou.
Fonte: R7
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