O passageiro Renato Oliveira, de 48 anos, morto após ser baleado na cabeça na manhã desta quinta-feira (24), durante tiroteio na Avenida Brasil, estava dormindo dentro de um ônibus que vinha de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. “Ele estava dormindo e nem viu que foi alvejado”, disse o amigo Adonias Claudio dos Santos, que estava sentado no banco da frente.
Renato chegou a ser levado em estado gravíssimo para o Hospital Federal de Bonsucesso, onde foi submetido a cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos.
Segundo o amigo, ele saiu de casa animado para fazer um café da manhã para os colegas do trabalho e comprou mortadela e refrigerante antes de embarcar no ônibus da linha 493 (Central x Ponto Chic).Estávamos indo para o trabalho e o meu amigo estava cochilando. Quando passávamos pela Cidade Alta, o caveirão (carro blindado) entrou e os bandidos começaram a dar tiro em cima dele. O tiro bateu no ônibus e atingiu o meu amigo na cabeça. Eu olhei para trás e vi o sangue saindo da cabeça dele”, disse o amigo.
Renato trabalhava em um frigorífico na Avenida Brasil. Muito Emocionado, Adonias lembrou que o amigo deixou esposa e 4 filhos órfãos.
“A nossa vida é um piscar dos olhos. [Ele] Tem [2] filhos. E quem vai sustentar os filhos dele? Poderia ter sido eu. Eu estava no banco da frente. É muita tristeza, revolta. A bandidagem sai atirando. A vida de um pai de família e agora? A gente fica sem chão. Ele estava dormindo e nem viu que foi alvejado”.A Avenida Brasil, uma das principais vias expressas do Rio, foi fechada por cerca de duas horas na manhã desta quinta-feira (24) na altura da Cidade Alta, na Zona Norte, devido a um intenso tiroteio que começou pouco depois das 7h. Duas pessoas morreram, e outras quatro ficaram feridas após serem atingidas por disparos.
Operação da PM
O tiroteio ocorreu durante uma operação da Polícia Militar no Complexo de Israel, que inclui cinco comunidades sob o domínio de traficantes, para prender criminosos que atuam no roubo de carros e cargas.
Segundo a PM, ao chegar às comunidades Cinco Bocas, Pica Pau e Cidade Alta, os agentes enfrentaram forte resistência dos criminosos. Diante da reação, os policiais decidiram interromper a operação e deixaram as comunidades.
Para impedir a chegada da PM em localidades do Complexo de Israel, criminosos atearam fogo em vários carros e em barricadas. Com medo dos tiros, muitos motoristas e passageiros buscaram proteção nas muretas da Avenida Brasil.
Fonte: G1
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