O Fundo Monetário Internacional (FMI) apoiou nesta quinta-feira (20) o projeto de orçamento submetido pelo governo argentino ao Congresso nesta semana. Buenos Aires está negociando com a entidade internacional para acelerar o plano de ajuda para estabilizar sua economia.
11 perguntas sobre a crise na Argentina
Entenda a turbulência econômica na Argentina
“Acreditamos que o projeto de orçamento apresentado na segunda-feira representa uma parte fundamental do programa das autoridades para fortalecer a política econômica e impulsionar a economia”, disse aos jornalistas o porta-voz da instituição financeira multilateral, Gerry Rice.
O peso argentino subia nesta quinta-feira (20) e investidores citavam o otimismo no país.
Detalhes do plano
O Orçamento 2019 prevê a redução da inflação estimada em 42% neste ano para 23% no próximo, enquanto aposta em uma retração econômica de -2% neste ano e de -0,5% em 2019. O orçamento foi elaborado com base em uma taxa de câmbio média de 40,10 pesos por dólar, segundo a imprensa local.
A Argentina espera obter apoio político para o plano de ajuste, que busca equilibrar as contas públicas após registrar um déficit de 3,9% em 2017.
A Argentina está imersa em uma crise cambial que veio à tona em abril e que não conseguiu apaziguar, apesar de ter concordado em junho um apoio financeiro do FMI de US$ 50 bilhões em três anos.
Cerca de US$ 15 bilhões já foram pagos, mas essa parcela não foi suficiente para deter a corrida que fez o peso perder metade de seu valor desde janeiro.
A Argentina pediu para o FMI adiantar as demais parcelas para garantir o financiamento de seus compromissos até o fim de 2019.
Medidas econômicas
Este mês, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, anunciou uma série de novas medidas de austeridade para o país, como uma redução na quantidade de ministérios e novos impostos a exportações.
O plano prevê uma redução drástica em seu governo, que passa a ter menos da metade dos atuais 22 membros, justificada pela “gravidade do momento”, o que, em sua opinião, exige “compactar” a equipe de governo para “dar a resposta focada na agenda que virá”.
O novo imposto taxará temporariamente, até o fim de 2020, os embarques de produtos primários em 4 pesos por dólar e do resto das exportações em 3 pesos por dólar.
A situação da Argentina, a terceira maior economia da América Latina, segue causando preocupações no mercado à medida em que o país se esforça para se libertar de seu notório ciclo de crises financeiras de uma década. O mais recente, pontuado por um calote da dívida de 2002, jogou milhões de argentinos da classe média na pobreza.
Há temores de que o país, que tem elevada inflação, economia fraca e sofre as consequências de um uma venda global nos mercados emergentes, possa não cumprir com suas obrigações de dívida.
Fonte: G1
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