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Fred promete Fluminense com “coragem e personalidade” contra o River: “Vamos dar a nossa vida”

Está chegando a hora. O Fluminense estreia na Libertadores da América nesta quinta-feira, contra o River Plate, da Argentina, às 19h (horário de Brasília), no Maracanã. E o escolhido para dar coletiva de imprensa na semana que marca a volta do clube ao torneio continental depois de oito anos foi o capitão e ídolo Fred. Em videoconferência direto do CT Carlos Castilho, o camisa 9 tricolor admitiu que os argentinos chegam como favoritos, mas prometeu um time com “coragem e personalidade” para encarar a árdua missão:

– Nosso sentimento é o que sempre aconteceu. É de respeitar muito nossos adversários, com o River não vai ser diferente, mas ter muita coragem e personalidade. Futebol é um jogo muito emocional, onde trocamos momentos com os nossos adversários. Terão momentos no jogo que teremos posse, em outros será nosso adversário. Nossa briga será por tomar o espaço em todos os setores do campo e agredir ao máximo. Em todas as análises, sabemos que o favorito é o River, não só no nosso grupo, mas em toda a competição. Mas sabemos da nossa força, coletiva. Vamos dar a nossa vida na quinta-feira.

Imagino uma fase de grupos muito difícil, onde a ansiedade toma conta principalmente na estreia. É importante estrearmos somando ponto, dentro de casa, diante de um adversário gigante. Importante para um fator emocional, para passar respeito aos nossos adversários. Isso nos daria confiança e respeito muito grande.

FLU PODE SER APONTADO COMO CANDIDATO AO TÍTULO?

Prefiro que continuemos fazendo o que deu muito certo no ano passado: um trabalho simples, de muita competitividade, porém, internamente vejo nosso grupo muito mais encorpado. Já vejo resultado no trabalho do Roger e também os reforços que chegaram, que aumentam o peso e a nossa qualidade técnica. Os caras treinaram ontem em um nível lá em cima e ficamos muito satisfeitos com o que vimos. Essa força do elenco nos dá um conforto muito grande. Além dessa molecada que já está com um ano de rodagem.

Essa questão de favoritismo é complicada. Ela não entra em campo. Ano passado, a final da Libertadores foi Santos x Palmeiras. Todos lembramos e enaltecemos muito o trabalho que o Cuca fez, não só como treinador, mas na gestão, com a molecada, em ter chegado à final e ter tido ali 50% de chance de ser campeão. Vimos também o Palmeiras, que teve troca de comando, que ninguém dava como favorito no início da competição. E tivemos uma final dessa. O que vai nos colocar nessa condição de brigar pelo título é a passagem para as oitavas de final. Porque ali acho que tudo se iguala, fica tudo muito equiparado, e você mata ou morre. E temos muita condição de chegar até lá. Temos que caminhar passo a passo, brigar muito na estreia, depois para nos classificarmos, porque nosso grupo é muito difícil.

GRUPO DIFÍCIL

Nosso grupo é muito difícil. Logo após o sorteio estávamos conversando: “Pô, grupo difícil”. Pessoal brincando: “O que você foi fazer nesse sorteio? Só trouxe pedreira para a gente”. Eu respondi: “Não estamos disputando o Carioca. Vamos pegar os melhores da América”. E está aí o nosso grupo. Vamos enfrentá-los de igual para igual e que comecemos já com uma grande vitória nessa quinta.

MARCAS PESSOAIS

Meu início no Carioca está muito bom, estou com uma média de gols boa, mas fiz gols nos dois primeiros jogos e fiquei chateado porque nossa equipe perdeu. Eu já estou pensando muito no que está acontecendo, classificação, de ter vantagem na semifinal… Essas marcas pessoais dão uma motivada, mas não estou me preocupando tanto quanto antes. Não fico pensando “tenho que fazer gol, tenho que fazer gol”. Hoje, se eu conseguir segurar uma bola para o Kayky desequilibrar no mano a mano, se eu conseguir dar um passe, se eu conseguir ajudar na marcação que o Roger vem nos cobrando e sairmos vitoriosos, do fundo do meu coração eu saio bem mais tranquilo.

SER CAMPEÃO PELO FLU

Estou em um desespero para conquistar um título importante pelo Fluminense nesse finzinho da minha carreira, para eu poder desfrutar o resto da minha vida. Estou pedindo a Deus para que ele nos capacite, nos dê força, para que esse título chegue este ano.

ANSIEDADE

A ansiedade a gente tira no dia a dia, no tapete verde, que é o campo. É onde a gente se sente leve e esquece de tudo, inclusive dessa responsabilidade que temos com essa Libertadores, de representar a camisa do Fluminense. Treinando, se preparando, vai tirando essa ansiedade. Você treina finalização, faz um trabalho tático, técnico e as coisas vão fluindo e passando confiança.

BRINCADEIRAS NO ELENCO

Eu, Nenê, quando perdemos os jogos, todo mundo sente. Nós somos os mais brincalhões. Mas não fazemos isso apenas por perfil nosso. Sabemos que isso solta, que a molecada se sente mais à vontade, que o time fica mais solto. Mesmo quando temos um resultado adverso, internamente não podemos mudar muito, desde que o resultado aconteça com a gente se entregando, fazendo o que foi combinado. Temos um acordo de todo mundo lutar até o fim, brigar por cada bola. Se fizemos o que está acordado e perder o jogo por mérito dos adversários, vamos continuar felizes com o ambiente, mas querendo melhorar sempre. Se perder essa alegria…

No ano passado tivemos uma sequência ruim, e eu e Nenê chegamos a conversar de dar uma segurada. Mas decidimos fazer o inverso. Temos que sorrir mesmo, e aí começou o treino é seriedade. No intervalo a gente brinca, joga para cima. Esse é o espírito no Fluminense.

LIBERTADORES 2013 X 2021

É bem diferente. Naquela época, em 2013, tínhamos muitos jogadores que vinham de título, jogando Libertadores… Agora temos um grupo com muitos jovens, que estarão experimentando a competição jogando, o clube voltando com esse orgulho e sentimento de satisfação dos torcedores, jogadores, comissão técnica. Todos bem concentrados, sabendo o que está envolvendo para todo o clube, para tudo que representa essa nossa volta à Libertadores.

COMO RIVER ESTÁ ENCARANDO ESSA ESTREIA

Tenho certeza que todo clube muito grande, assim como é o Fluminense, trata com o máximo de respeito. Seria perfeito se eles viessem para cá relaxados, achando que ganhariam o jogo fácil… Para nós, seria perfeito. Quando eles acordassem no jogo já estaríamos 2 a 0. Mas não vai ser isso. Até pelo perfil do treinador, pelo que eles vêm fazendo há pelo menos seis anos juntos, com base forte, eles vão encarar com muita dificuldade. Sabendo que é time brasileiro, devem ter estudado nossa equipe por completo e vão nos respeitar, vão vir como time grande e tentar impor o ritmo deles. Será uma trocação de quem estará melhor no dia mesmo. E esperamos fazer o fator casa, nossa camisa, que estejamos em uma noite inspirada para vencer essa partida.

ABEL E BOBADILLA

No treino de ontem os caras foram muito bem, meteram gols. Chegando em finais, teremos 60 e poucos, 70 jogos no ano. Vai ter período que o Bobadilla estará melhor do que eu e vai ser titular, e que Abel estará melhor e vai ser titular. É impossível não ter alternância em um calendário desse tamanho. Daqui a pouco já pode valer título no Carioca, depois tem Libertadores, depois entra Copa do Brasil, Brasileiro… É impossível manter o nível top durante quase 60, 70 partidas. O Fluminense acertou muito nesses reforços. Torço de coração para que eles metam muito gol para a gente, para que possamos estar todos em uma disputa saudável, um ajudando o outro. Quem sai ganhando é o Fluminense.

E o mais legal de tudo é que nosso ambiente é saudável, independentemente de estar jogando ou não. Não quer dizer que se alguém sair vai ficar feliz. Mas trabalho, internamente, não vamos dar. Vamos tentar buscar nosso lugar dentro de campo, mas se o professor colocar na casinha do Mickey (reserva), estaremos dispostos a ajudar o tempo que for. Mas o grupo deu uma encorpada muito grande. São jogadores de muita força, principalmente esses dois centroavantes. Vão nos ajudar muito.

Fonte: Globo Esporte

 


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