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Shopping vira salvação do Atlético-MG para pagar dívida onerosa que supera R$ 550 milhões

O discurso está concreto na direção do Atlético-MG. O balanço financeiro de 2021 foi apresentado ao conselho e à torcida. Apesar do superávit, o Galo convive com dívida bilionária. Uma parte considerável (38%) é onerosa, com juros/encargos/multas, e a solução encontrada é vender os 49,9% do Diamond Mall, shopping center localizado ao lado da sede do clube.

Tudo isso, entretanto, depende de uma apreciação do Conselho Deliberativo, assim como aconteceu no processo de venda dos 50,1% do Diamond em 2017, para a construção da Arena MRV. Uma nova reunião do Conselho, com tal tema específico, ainda será marcada.

O Atlético reduziu a sua dívida líquida (dívida total, “bruta”, menos o que o clube tem em caixa) para R$ 1,18 bilhão ao fim de abril. Mas, na demonstração do perfil da dívida no balanço, os 38% de “dívida onerosa” são fatiados em cima do endividamento bruto, que atingiu R$ 1,470 bilhão em dez/2021. Portanto, o “débito podre” do Galo, de forma bruta, está na casa dos R$ 558 milhões.

O Diamond Mall, por sua vez, foi avaliado em R$ 728 milhões ao fim do ano passado, um “valor justo utilizando-se o Método de Capitalização de Renda, com base em laudo de avaliação elaborada pela empresa COLLIERS INTERNACIONAL DO BRASIL”. Houve incremento de R$ 8 milhões no valor do Diamond em relação a 2022.

O Galo detém pouco menos da metade. Os 49,9% do clube representam R$ 363 milhões. Não é possível atacar toda a dívida onerosa. Entretanto, há espaço para repactuação desses problemas, com descontos e renegociações, por exemplo.

– Qual a solução mais rápida? Alienar o Diamond Mall. A gente acha que entre o valor da venda, renegociação com credores, juros que não serão mais pagos, é um valor muito expressivo. Se tirarmos os juros, estamos falando em algo próximo a R$ 400 milhões – comenta Rafael Menin, VP do Conselho e membro do órgão colegiado.

A grande preocupação do clube, porém, está em estancar a sangria. Afinal, essa dívida onerosa gerou R$ 87 milhões de despesas financeiras só em 2021. Em outras palavras, o Galo precisou pagar uma média de R$ 7,2 milhões de juros/encargos por mês. Valor que, segundo Menin, poderia ser investido no futebol.

– O que a gente brinca aqui é que a venda do Diamond Mall permitirá que o Atlético possa ter três, quatro, cinco jogadores, do quilate de um Hulk. Hoje a gente paga ao banco o que poderíamos pagar de reforço para o nosso elenco – afirmou.

Se o Atlético dissipar a dívida de curto prazo, que gera muitos encargos, então irá conviver com problemas bem mais pacíficos. O restante do endividamento se refere a empréstimos dos apoiadores e investimento em atletas (não onerosa), Profut/Parcelamento de impostos, e receitas antecipadas (acordo com Ricardo Guimarães/Família e Supermercados BH).

No caso do acordo com Ricardo Guimarães, o Atlético explicou que retirou R$ 65 milhões da dívida líquida do clube, pois esse valor devido ao ex-presidente será pago por meio de espaço para patrocínio. Veja os detalhes aqui. Outros R$ 12 milhões foram abatidos da dívida em acordo semelhante com o Supermercados BH.

Por fim, o Galo retirou do PROFUT o parcelamento de dívidas não previdenciárias. Emigrou para o PERSE (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), e teve R$ 51 milhões reduzidos. O saldo restante, de R$ 115 milhões, foi parcelado em 145 vezes.

Quando negociou 50,1% do Diamond Mall com a empresa Multiplan (que administra o shopping), o Galo recebeu R$ 250 milhões, que acabou virando R$ 296 milhões no ato da operação. 100% do valor foi destinado à construção da Arena MRV. Agora, a promessa é de que todo o valor seja destino ao pagamento da dívida onerosa.

– Não é para pagar valores aos nossos apoiadores, os 4 R’s. Esse valor será para pagar as dívidas onerosas, bancos, fornecedores, empresários. Esse dinheiro será carimbado para isso – destacou o presidente do clube, Sergio Coelho.

O perfil da dívida do Atlético:

  • 38% onerosa – R$ 558 milhões
  • 36% não onerosa – R$ 529 milhões
  • 21% parcelamento de imposto – R$ 308 milhões
  • 5% receita antecipada – 73,5 milhões

Fonte: Divulgação


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