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Sornoza quer gol olímpico pelo Corinthians e lembra vida no Equador: “Vi caras morrerem”

Sornoza completou 25 anos na última semana. Na comemoração em família, já que a data também marca o aniversário de dois anos da filha caçula Dulce, o equatoriano do Corinthians recebeu ligação emocionada dos pais. A saudade faz parte do dia a dia do meia, que viveu os últimos dois anos no Brasil, atuando pelo Fluminense.

– Tenho saudade deles. Minha mãe me chamou chorando porque é meu aniversário e da minha filha, eles estavam com saudade. Acontece, estou bem, estou feliz e espero seguir assim – afirmou Sornoza.

O meio-campista foi um dos dez reforços contratados pelo Corinthians. O primeiro equatoriano da história do clube. Ele assinou contrato até o fim de 2022. Nas férias, visitou a cidade de Portoviejo, Província de Manabí, onde nasceu e cresceu.

Encontrou uma cidade que ainda se reconstrói após o terremoto de 7,8 graus de magnitude que atingiu o Equador em abril de 2016 e deixou mais de 600 mortos. Sua família passou ilesa.

– A cidade já está muito diferente. As pessoas perderam tudo no terremoto. Tinham um negócio pequeno e perderam. Parecia que tinha havido uma guerra em Portoviejo. Todo mundo chorava, mas agora a cidade foi remontada. Lembro que eu estava em Quito com meus pais, eles não estavam lá no dia. Minhas irmãs estavam, uma caiu e se machucou, mas nada grave. Foi um susto – recordou.

Em sua cidade natal, onde começou para o futebol no Cristo Rey, formou-se como homem. As cenas vistas quando jovem ainda marcam a cabeça do jogador, que explodiu para o futebol no Independiente del Valle, sendo vice-campeão da Libertadores de 2016 e partindo para o Flu.

– Onde eu morava era uma favela, eu tinha que ver os caras morrerem em frente à minha casa. Vi isso duas vezes, foi muito forte para a minha cabeça. Ver morrer uma pessoa não é fácil, mas meu pai sempre me educou da melhor maneira para que fosse uma boa pessoa – disse Sornoza.

Autor de um golaço olímpico pelo Fluminense diante do Nacional-URU na Sul-Americana do ano passado (veja abaixo), ele espera repetir a dose com a camisa do Corinthians.

– Se Deus quiser vai sair aqui também – projetou.

Sornoza brilha com belo gol olímpico na vitória do Fluminense sobre o Defensor-URU

Leia a entrevista abaixo:
GloboEsporte.com: Você se adaptou muito fácil ao Rio de Janeiro e ao Fluminense. Agora, nas primeiras semanas de Corinthians, está bastante solto e entrosado. Isso facilita?
Sornoza: É pelo meu jeito, gosto de brincar com todo mundo, de fazer parceiros, é muito mais fácil para me adaptar 100% e para conseguir fazer o melhor dentro de campo.

O Corinthians contratou dez reforços e mais podem chegar. Que time é esse que está se formando?
– Time grande tem que ser campeão, temos que pensar como time campeão, estamos trabalhando e fazendo tudo o que o torcedor quer para dar muitas alegrias para a nossa torcida.

O que fez você deixar o Fluminense? Sabemos que teve problemas com salários no clube. Esse dia a dia era muito complicado?

– Eu saía do treino e passava o dia feliz com minha família, mas o complicado era o ambiente, sabe? Não estava muito legal. Nós, como profissionais, tínhamos que fazer o nosso trabalho para que o time não caísse para a Série B, então lutamos até o último jogo e fizemos um grande trabalho. Durante todo o ano passamos dificuldades e chegamos na semifinal da Sul-Americana, mesmo com os problemas financeiros. Era algo extra futebol e nós fizemos o nosso trabalho em campo.

Por lá você fez um golaço olímpico. Foi o gol mais bonito da sua carreira?

– Sim, fazer um gol olímpico no Maracanã não é fácil, ainda mais como estava o jogo, muito difícil, e o gol foi no minuto 47 do jogo (na vitória por 2 a 0 contra o Defensor-URU, pela Sul-Americana). Foi o melhor da minha carreira.

Tem tentado fazer mais vezes? Acha que vai conseguir fazer um pelo Corinthians?
– Já tentei algumas outras vezes, inclusive contra o Corinthians no ano passado (risos). O Cássio sempre me lembra disso. Fiquei muito feliz com o gol, sabia que em algum momento eu ia conseguir fazer um gol olímpico. Se Deus quiser vai sair aqui também.

Há um ano você disse em entrevista que era o melhor meia do Brasil. Ainda acha isso?
– Trabalho para isso, me considero o melhor, na minha cabeça ninguém é melhor do que eu, trabalho e me motivo no dia a dia para fazer o meu melhor.

Os equatorianos hoje acompanham o Corinthians por sua causa?
– Sim, muito, as pessoas falam muito lá por eu ser o primeiro equatoriano a jogar num time desse tamanho. É uma responsabilidade muito linda. Espero estar ao nível para fazer um grande trabalho.

Fonte: Globo esporte


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