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Ciro Nogueira na Casa Civil: com quase 30 anos de Congresso, ele é considerado um dos parlamentares mais experientes

Novo ministro da Casa Civil, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) é considerado em Brasília um “político profissional”. O parlamentar piauiense de 52 anos de idade circula pelos corredores do Congresso desde 1995, quando tomou posse como deputado federal aos 26 anos.

Após quatro mandatos na Câmara e em meio ao segundo mandato como senador, Ciro assumirá pela primeira vez um cargo no Executivo. A nomeação já era conhecida desde o início da última semana e foi confirmada nesta segunda-feira (26) pelo presidente Jair Bolsonaro.

Filho e neto de políticos, o empresário piauiense é formado em direito e, nas últimas eleições, declarou à Justiça Eleitoral ter R$ 23,3 milhões em bens.

A escolha de Ciro Nogueira para ministro da Casa Civil é mais um passo de Bolsonaro na direção de uma aliança sólida com o Centrão – Ciro preside o PP, principal sigla do grupo.

Na campanha eleitoral, o então candidato Jair Bolsonaro refutava alianças com o Centrão e, ao comentar o tema, fazia críticas ao que chamava de “fisiologismo” e “toma lá, dá cá”.

Quando Ciro Nogueira tomar posse, o atual chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, deve ser realocado na Secretaria-Geral da Presidência. O general da reserva do Exército também já comandou a Secretaria de Governo, outro órgão do chamado “núcleo duro” do Planalto.

Centrão
O novo ministro da Casa Civil preside o PP desde 2013. O partido é o maior do chamado Centrão, bloco informal na Câmara composto por mais de 200 deputados e decisivo nas votações do Legislativo.

O próprio Ciro Nogueira já afirmou em entrevistas que, sem o apoio desse grupo no Congresso, a governabilidade dos presidentes da República fica prejudicada.

Na composição atual da Câmara, o PP tem 41 deputados eleitos – é a terceira maior bancada, empatada com o PL, que também integra do Centrão. No Senado, o PP tem sete cadeiras e é a quarta maior bancada.

Entre os parlamentares filiados ao PP, estão Arthur Lira (PP-AL), atual presidente da Câmara, e Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Casa.

Aproximação com Bolsonaro
Ciro Nogueira, que apoiou governos petistas e o do ex-presidente Michel Temer (MDB), aproximou-se de Jair Bolsonaro em meados de 2020. Desde então, passou a fazer parte da comitiva do presidente durante viagens ao Nordeste para inauguração de obras e se tornou um dos principais defensores de Bolsonaro no Congresso.

Até tomar posse como ministro, Ciro era integrante titular da CPI da Covid, comissão que tem o governo federal como principal alvo. Veja, no vídeo abaixo, uma das participações mais marcantes do senador na comissão:

No colegiado, Ciro era membro da chamada “tropa de choque” de Bolsonaro, que defende o presidente com fervor durante as sessões. A vaga deve ficar com outro senador bolsonarista, Luis Carlos Heinze (PP-RS), que já participa das reuniões como suplente.

‘Camaleão’
Os quase 30 anos de Congresso fazem de Ciro Nogueira um dos parlamentares mais experientes e articulados de Brasília. O político é conhecido pela boa relação tanto com governistas quanto com oposicionistas daquele que está no comando do Palácio do Planalto.

Apesar de rechaçar, em declarações à imprensa, a ideia de negociação de apoio no Congresso em troca de cargos, Ciro Nogueira e o partido que preside são responsáveis por indicações a funções no segundo e terceiro escalões do governo Bolsonaro. Os apadrinhamentos também eram feitos nas gestões anteriores. Veja exemplo na reportagem abaixo:

O piauiense é visto por colegas como um “camaleão”, em referência à habilidade de mudar de coloração para sobreviver. No caso do político, o termo faz referência também à capacidade de se aproximar dos núcleos de poder.

Um exemplo recente dessa característica de Ciro Nogueira ocorreu na eleição de 2018. Para o Palácio do Planalto, o PP apoiou a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB).

Candidato à reeleição para o Senado, no entanto, o político trocou de palanque no Piauí – e participou de ato de campanha de Fernando Haddad (PT). O PP piauiense compôs a coligação de nove legendas que reelegeu o governador do estado, Wellington Dias (PT).

Depois da eleição, Ciro Nogueira e Wellington Dias romperam a aliança e passaram a caminhar em direções opostas. Para 2022, Nogueira deve ser pré-candidato ao governo do estado, e Dias, ao Senado.

Fonte: G1


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