A menos de dois anos para a Olimpíada de Tóquio, o boxe corre sério risco de ser retirado da programação. Nesta sexta-feira, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou que abriu um inquérito para investigar a Associação Internacional de Boxe Amador (Aiba), entidade responsável pela modalidade em Jogos Olímpicos. A decisão tomada pelo Conselho Executivo do COI em reunião em Tóquio congela o planejamento para o boxe em Tóquio 2020, inclusive o processo classificatório e a venda de ingressos.
A Aiba entrou na mira do COI porque seu presidente, o uzbeque Gafur Rakhimov, é apontado como criminoso nos Estados Unidos. A entidade máxima do boxe olímpico responde a várias acusações de má administração, mas é Rakhimov o grande obstáculo. O Departamento do Tesouro dos EUA afirma que o uzbeque é parte de uma organização criminosa que inclui cidadãos das antigas repúblicas da União Soviética, conhecidos como Círculo dos Irmãos, e que tem ligações com o comércio de heroína.
A Aiba enviou ao COI um relatório sobre a situação atual de governança, integridade e gestão financeira. O Conselho Executivo do COI reconheceu avanços nas áreas de transparência na arbitragem e controle antidoping, mas destacou vários pontos de preocupação nas áreas de governança, ética e gestão financeira. Por isso, o Conselho Executivo colocou em xeque o reconhecimento da Aiba como entidade responsável pelo boxe olímpico.
Há a possibilidade de a modalidade ser realizada em Tóquio 2020 sem a administração da Aiba. O diretor de esportes do COI, Kit McConnell, afirmou que o planejamento técnico para o boxe olímpico estava sendo feito nos bastidores em paralelo ao processo da Aiba, já que o objetivo é manter a modalidade no programa olímpico.
O boxe faz parte dos Jogos desde St. Louis 1904, mas seu futuro agora está nas mãos de um comitê de investigação, que vai ser presidido pelo sérvio Nenad Lalovic, membro do Conselho Executivo do COI.
Fonte: Globo esporte
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